Há
três semanas (a partir de 23/02/2012), ouvi certo pastor de nome dizer que o
cristão é obrigado a dizimar, e que aquele que não dizima corre o risco de perder
a salvação. Parece que estamos voltando aos tempos de Lutero, onde as pessoas
pagavam por sua salvação (veja a esse artigo A Salvação é mediante as Boas Obras? ).
O
objetivo deste,pequeno, estudo não é o de se contrapor ao dízimo, mas de
esclarecer a verdade da forma certa de
como contribuir pela graça, não por coação psicológica e doutrinária, utilizada
por muitos líderes de igrejas, através de versículos da lei judaica, mas sim
contribuir sem constrangimento exposto em (II Coríntios 9:7). O cristão não é obrigado a dar o dízimo, nem
por medo do “devorador” (Malaquias 3:11) ou de ser amaldiçoado, porque o dízimo
é um mandamento da lei judaica, além disso, nenhuma condenação há para os que
estão em Cristo e Ele já nos abençoou com todas as bênçãos nas regiões
celestiais (Romanos 8:1) e (Efésios 1:3). Nem rouba a Deus o cristão que não dá
o dízimo... não temos o dever de chamar de ladrão a quem Jesus libertou, se ele
contribui com 0% ou 100% é uma atitude pessoal, ele é livre para decidir. Jesus
condenou a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e
não ofertavam o seu amor ao próximo. (Mateus 23:23), infelizmente, muitos
cristãos têm repetido esta mesma atitude. Não há um só versículo no Novo
Testamento, que registre a obrigatoriedade do cristão dizimar. Por outro lado,
se o cristão deixa de contribuir ou diminui esta contribuição, por que descobre
que não é obrigado, está agindo de má fé para com Deus, como fez Ananias e
Safira, ele deve contribuir sim e feliz porque sabe que pode fazê-lo por amor a
Deus e não por imposição de homens, e segundo o que propuser em seu coração.
Toda a contribuição para a Igreja era feita unicamente através de ofertas e
partilha de bens. Nós, cristãos, devemos ter o cuidado de não ficarmos como
passarinho no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.
Pela
Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica, aos sacerdotes desta tribo. Eles
recebiam e se mantinham dos dízimos, porque não tinham herança e cuidavam do
Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os dízimos eram levados (Números
18:21/30).
·
O Templo foi destruído e não existem mais os
sacerdotes levitas.
·
Pela Graça, a instituição do dízimo é ilegal e
sem respaldo bíblico, porque todos nós somos sacerdotes de Cristo. (Apocalipse
1:6), pois não há mais necessidade desta tribo sacerdotal.
·
O Dízimo foi estabelecido para os judeus; não
para a igreja de Jesus Cristo. (Hebreus 7:5).
·
Devemos compreender a diferença entre
contribuir em LEI e o contribuir em GRAÇA, para não ficarmos debaixo de
maldição, e obrigados a guardar toda a lei, se escolhermos seguir um mandamento
dela, como disse o apóstolo Paulo em (Gálatas 5:3/4), pois quem cumpre um
mandamento da lei é obrigado a guardar toda a lei. Somos servos do Senhor
Jesus, não escravos de homens. (I Coríntios 7:23); (Gálatas 5:1) e foi para a
liberdade que Ele nos chamou.
NA
LEI
Ø
Na Lei, o DÍZIMO era a causa principal da
bênção do povo judeu e a bênção era consequência deste DÍZIMO (Malaquias 3:10).
A maneira certa do povo judeu contribuir na LEI era dando o Dízimo para ser
abençoado.
NA
GRAÇA
Ø
Na GRAÇA, o Sacrifício de Cristo é a causa
principal da bênção do povo cristão. Paulo, em (Efésios 1:3) nos afirma que
Deus nos abençoou “EM CRISTO”, não “EM DÍZIMO”, por este motivo, a maneira
correta do povo cristão contribuir em GRAÇA é no uso de (II Coríntios 9:7),
porque abençoados já somos.
Ao
invés de incentivar os cristãos, com amor, a contribuírem na casa de Deus,
muitas autoridades dizem que não o obrigam o pagamento do dízimo, mas usam
textos do antigo testamento, como: ...repreenderei o devorador; ...roubais ao
Senhor nos dízimos.. etc, que produzem temor nas pessoas e medo de maldição,
porque tais autoridades dependem de altos salários pagos pelas igrejas ou têm
receio que a obra do Senhor seja prejudicada se não houver imposição ou, por
despreparo repetem os erros dos outros líderes, a todos faltando fé suficiente
de que Deus prosperará a igreja, através da contribuição espontânea dos irmãos,
como ocorria na igreja primitiva. O resultado disso tudo é o engano, o desvio
da Verdade. Cristo não colocou “VINHO NOVO”(A GRAÇA) em “ODRES VELHOS”(A LEI).
(Marcos 2:22). Jesus estabeleceu tudo novo e jogou fora o que era velho
(Gálatas 4:30); (Hebreus 8:13). Não podemos fazer do cristianismo uma seita
judaica. Paulo afirma (Gálatas 2:14).
Um
resumo do ensinamento bíblico sobre a oferta:
Na
época dos patriarcas: Não temos relato de alguma regra sobre ofertas antes da lei
de Moisés. Sabemos que a oferta de Abel agradou a Deus, e a de Caim, não lhe
agradou. É interessante observar que Deus não achou necessário nos revelar o
motivo de seu desprezo. Sabemos que Abrão pagou a Melquisedeque o dízimo (10%)
dos despojos de uma vitória militar (Gênesis 14:18-24). Neste caso, também,
Deus não nos revelou o motivo e não falou se era ou não o costume de Abrão dar
o dízimo de tudo que recebia. Se houve alguma lei atrás disso, exigindo que
Abrão desse o dízimo, as Escrituras não a relatam. As pessoas que alegam algum
tipo de lei geral do dízimo de tal exemplo estão ultrapassando a palavra do Senhor.
Jacó jurou que, se Deus fosse com ele na sua jornada, daria o dízimo depois de
voltar (Gênesis 28:20-22). Aqui, o texto se trata de um voto, ou uma obrigação
que a própria pessoa assumiu, e nada diz de lei ou dever imposto por Deus (veja
a natureza voluntária de votos em Números 30:1-16; Deuteronômio 23:21-23;
Provérbios 20:25). Na Lei de Moisés: Na Lei de Deus dada pela mão de Moisés, o
dízimo se tornou obrigação dos israelitas. Eles fizeram, também, várias outras
ofertas, diversos sacrifícios, etc. Os dízimos são mencionados em mais de 20
versículos, de Levítico a Malaquias. Todas essas citações se referem ao povo de
Israel. No trecho de Malaquias 3:6-12, freqüentemente citado em algumas
igrejas, hoje em dia, para obrigar as pessoas a dar o dízimo, podemos ver que
um povo material (os israelitas, 1:1) habitava numa terra material (Israel)
onde produzia frutos do campo e tinha obrigação de dar os dízimos. Assim
fazendo, este povo seria abençoado materialmente por Deus. Quando o povo não
deu a devida importância aos dízimos, foi repreendido pelo Senhor por meio do
profeta Malaquias. Quem utiliza as palavras de Malaquias para fazer regras
sobre dízimos, hoje, está distorcendo as Escrituras.
Deus, por intermédio de Moisés e diversos
profetas (Hebreus 1:1), revelou a sua vontade ao povo de Israel. Aquela lei
(observe que Jesus ensinou que a lei não fosse limitada aos livros de Moisés,
veja João 10:34-35) governou o povo de Israel durante 1.500 anos. Hoje, ele tem
falado pelo Filho e seus apóstolos, e a sua Nova Aliança é o que governa os
cristãos (Hebreus 1:2; 2:1-4; 7:12; 8:6-13; 9:15). Aprendemos muitas coisas
importantes das promessas e dos exemplos do Velho Testamento (Romanos 15:4; 1
Coríntios 10:6). Mas, as doutrinas que a igreja ensina e as regras que ela
segue vêm da Nova Aliança, e não da Antiga. Quem volta à Antiga para se
justificar perde a sua comunhão com Cristo (Gálatas 5:4).
Na
Igreja do Novo Testamento: A Nova Aliança coloca a oferta no contexto de um reino
espiritual com uma grande e urgente missão. As contribuições feitas na igreja
não são impostos pagos num sistema teocrático. No ensinamento dado aos discípulos
de Cristo, não encontramos tributação obrigatória. Em contraste com as leis
específicas do Velho Testamento, o Novo nos ensina sobre a importância das nossas
ofertas para cumprir a missão que Deus deu à igreja. Cada pessoa verdadeiramente
convertida a Cristo dará conforme as suas condições por querer participar do
trabalho importantíssimo da igreja.
Textos
usados para impor o dizimo como uma obrigação:
(Malaquias3:10),
tornou-se no meio evangélico, “o pezinho de coelho” e “ferradura da sorte” para
muita gente, principalmente para o Sistema Religioso atual, que não consegue
viver por fé, porque a fé não é de todos (II Tessalonicenses 3:2) é só dos
eleitos de Deus (Tito 1:1). Infelizmente, muitos se comportam como aqueles que
queriam atirar a primeira pedra na mulher adúltera, provavelmente, se Jesus
estivesse aqui diriam: “Mestre, este irmão ou irmã foi apanhado(a) em flagrante
roubo, não tem dado o dízimo, vive roubando a Deus, (Malaquias 3:10) diz que
tais sejam entregues ao devorador e que Deus não deve abrir as janelas dos céus
para abençoá-las. Tu, pois o que dizes?” Creio que Jesus daria esta resposta:
“O que você tem a ver com isso?”. Assim como ninguém vive perguntando se você é
adúltero, também não deve viver perguntando se você é dizimista. Muitos chegam
até ao absurdo a constranger o irmão ou irmã, expondo-o à vergonha de ter o seu
nome numa relação de não dizimistas pregada na porta da igreja, quando não,
tiram-lhe o ministério ou o discriminam, mas quando é um(a) irmão(ã) que dá um
dízimo elevado, este, muitas vezes, é o mais honrado na igreja. Notemos que O
Deus que fala em (Malaquias 3:10), é o mesmo que diz em (Malaquias 2:16) “...
Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel...” e quase não ouvimos
falar deste assunto nas igrejas. Repetimos: não se faz aqui, apologia à
AVAREZA, porque isso não é de Deus e os avarentos, diz a Bíblia, não herdarão o
Seu Reino, podemos dar até tudo o que temos, por amor, ao Senhor e isto alegra
o coração de Deus: como alegrou o coração de Jesus observar a viúva pobre que
deu tudo o que tinha. O que é errado é a forma escandalosa e nada cristã,
relativa às contribuições. O crente em Jesus dá com alegria e amor, até mais de
10%, se puder.
Mateus
23:23 “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! porque
dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e tendes negligenciado os preceitos
mais importantes da Lei, que são a justiça, a misericórdia e a fidelidade;
estas coisas, porém, devíeis fazer sem omitirdes aquelas.”
Jesus,
acima, está falando para os fariseus daquela época, não para a igreja, que até
então, não havia sido totalmente formada com fundamentos da graça, o ministério
de Cristo não havia ainda sido consumado. (o véu do templo não havia sido rasgado)
, tanto que Jesus ordenou ao homem que era leproso para apresentar-se ao
sacerdote e fazer oferta pela purificação, conforme a Lei (Lucas 5:14). Os
conservadores do dízimo ainda dizem: O DÍZIMO é uma tradição que devemos manter
para não transgredir. O mesmo argumento utilizaram para Jesus em relação ao
Sábado (Marcos 2:24) e o Lavar as mãos antes de comer (Mateus 15:2). Porque o
Sábado fazia parte da Torá (lei judaica) e o Lavar as mãos fazia parte da
Halaká (comportamento judaico). Veja o que o dinheiro faz, a ponto de
esquecerem que, tanto o Dízimo como o Sábado e o Lavar as mãos eram tradições
judaicas e não gentílicas. O DÏZIMO passou a ser a única tradição judaica que o
Sistema Religioso vem mantendo até hoje no seio da Igreja gentílica. Não é um absurdo???
Fazem uma lavagem cerebral religiosa porque o dízimo é a galinha dos ovos de
ouro para muitos: é a única tradição que traz estabilidade financeira, mas não
para Deus, porque Ele de nada necessita, pois é o dono de todas as coisas. Nem
tampouco é servido por mãos humanas, (Atos 17:25). Infelizmente, muitas igrejas
têm se tornado bem parecidas com a Antiga Igreja Romana, que usava as indulgências
como fonte de lucro, induzindo os fiéis a contribuírem por medo da maldição, a
comprarem sua salvação do Inferno e do Purgatório. Se um crente amaldiçoado
pelo falta do seu dízimo, é ladrão, como pode estar liberto? Isto nos faz
julgar o irmão e afirmar que o sacrifício de Cristo não foi suficiente na sua
vida, como faz a Igreja Romana.
A
lei da generosidade
Se,
sob a dispensação do Antigo Testamento, os privilégios religiosos exigiam a décima
parte das rendas de uma pessoa, com vistas à manutenção da adoração e do sistema
religioso, e também para beneficio dos pobres, muito mais deveria ser
nosso privilégio, em Cristo, afetarmos o bolso e a conta bancária. Minha
posição, pois, é que o crente deve dar mais do que o dizimo.
Quanto maior for à espiritualidade de um crente, maior será a sua liberalidade
para com o dinheiro com que contribui para a causa do evangelho, ou com que
alivia as necessidades das pessoas ao seu redor. Se gastarmos alguns minutos
lendo os capitulos oitavo e nono de 11 Coríntios, veremos ali a promoção do
principio cristão da generosidade. Isso é encorajado mediante a certeza de que
Deus vê quem dá com
generosidade, mostrando-se ainda mais generoso para com aqueles que agem dessa
maneira. O resultado será que os crentes que assim fazem de nada terão necessidade, pois o banco
celestial tem imensas fortunas ali entesouradas. Esses fundos são postos à disposição dos generosos, e não à
disposição dos que só dão com parcimônia. Se alguém semear com parcimônia,
colherá parcimoniosamente; e se alguém semear com abundância colherá
abundantemente (ver 11 Cor. 9:6). Deus ama o homem que dá com generosidade (11
Cor. 9:7).
A
minha própria opinião é de que a questão deve ser resolvida com base no senso
de responsabilidade de cada um e não com base em alguma legislação.
O
filme mostra de forma autentica a vida do protestante martinho lutero. Dentre
varios erros que a igreja catolica cometera lutero protestava contra a venda de
indulgecias, ou seja as pessoas pagavam pelas bençãos de Deus, aquilo que Deus
havia dado de graça, como a Salvação.