quarta-feira, 2 de maio de 2012

As Duas Testemunhas do Apocalipse


Uma consideração importante relativa à posição de Israel na tri­bulação é dada em Apocalipse 11.3-12, em que se apresenta o ministé­rio das duas testemunhas. Há grande divergência de opinião na inter­pretação dessa passagem.


         A. A INTERPRETAÇÃO SIMBÓLICA.
Há duas teorias principais que resul­tam de uma interpretação simbólica das duas testemunhas.
            1) A primeira é que essas duas testemunhas representam a igreja, que será arreba­tada em meio à tribulação. O arrebatamento, de acordo com essa teoria, ocorre no v. 12. Essa é a posição dos defensores do arrebatamento mesotribulacionista, examinado anteriormente.
            2) A segunda é que as duas testemunhas representam todo o remanescente do período tribulacional.  Essa teoria baseia-se na observação de que dois é o nú­mero de testemunhas e, já que os 144 mil são testemunhas durante o período, devem ser simbolicamente representados aqui. Ambas as teo­rias baseiam-se num método de interpretação não-literal.

         HÁ VÁRIAS OBJEÇÕES A ESSAS VISÕES.        
            1) Embora se reconheça que Apocalipse usa símbolos, parece um erro considerar simbólico tudo o que é revelado ali. A palavra "notificou" em Apocalipse 1.1 não signifi­ca "revelar por meio de símbolos"; refere-se, antes, a um fato histórico que tem sentido espiritual. Os sete "sinais" do evangelho de João não são meros símbolos, mas acontecimentos históricos reais aos quais há um sentido espiritual relacionado. O uso de "notificar" não permite interpretação não-literal aqui. A coerência com o método literal exige que aquilo que é revelado seja entendido literalmente, a não ser que o texto claramente mostre o contrário, como, por exemplo, em Apocalipse 12.3,9.
            2) Já que outros números dessa passagem são considerados lite­ralmente, o número dois também deve ser considerado literalmente. Os 42 meses (11.2), os 1 260 dias (11.3), são tomados literalmente em referência à metade do período da septuagésima semana. Parece não haver motivo para não considerar os três e meio (11.9,11) literalmente. Logo, já que os outros números não são espiritualizados, o número dois também não deve ser.
            3) Todas as testemunhas morrem em certo ponto (11.7) para que seu testemunho cesse. Sabemos que o remanescente fiel, apesar de dizimado pelas atividades da besta, continuará durante todo o período até a vinda do Senhor. O testemunho contínuo parece prova que contraria a identificação delas com o remanescente.
            4) Enquanto parte do remanescente continuar, não haverá motivo para regozijo (11.10). O regozijo vem pelo fato de esse testemunho específico ter acabado. A conclusão é que isso não se refere ao remanescente fiel, mas sim a dois indivíduos literais que foram separados especialmen­te por Deus e chamados "minhas duas testemunhas" (11.3). Assim como as duas oliveiras de Zacarias referem-se a Zorobabel e a Josué, as duas oliveiras (11.4) denotam dois indivíduos literais. Seus mila­gres, seu ministério, sua ascensão parecem identificá-los como homens individuais.

            B. A INTERPRETAÇÃO LITERAL.

Os literalistas dividem-se em duas classes quanto à interpretação. Existem os que acreditam que se trate de dois homens que viveram anteriormente e voltaram à terra para esse minis­tério. Há também os que acreditam que se trate de homens literais, mas não identificáveis.
            Os que defendem a primeira teoria acreditam que uma das teste­munhas será Elias. Eles se fundamentam nos seguintes aspectos.
            1) Em Malaquias 3.1-3; 4.5,6 é previsto que Elias viria antes do segundo ad­vento para preparar o caminho para o Messias.
            2) Elias não sofreu mor­te física (2Rs 2.9-11) e, poderia retornar e sofrer a morte assim como as duas testemunhas.
            3) As testemunhas têm o mesmo sinal milagroso dado a Elias com relação à chuva (l Rs 17.1, Ap 11.6).
            4) O período de seca na época de Elias (l Rs 17.1) teve a mesma duração que o ministé­rio das testemunhas (Ap 11.3).
            5) Elias foi um dos dois que apareceram na transfiguração (Mt 17.3) e argumentou sobre o que todo testemunho aponta, "a morte de Cristo".
           
            Muitos dos que identificam uma das testemunhas com Elias associam a segunda testemunha a Moisés. Várias razões apóiam essa inter­pretação.
            1) Moisés apareceu com Elias na transfiguração (Mt 17.3) quan­do a morte de Cristo foi discutida.
            2) O ministério de Moisés de trans­formar as águas em sangue (Êx 7.19,20) é o mesmo das testemunhas (Ap 11.6).
            3) Deuteronômio 18.15-19 exige o reaparecimento de Moisés.
            4) O corpo de Moisés foi preservado por Deus para que Ele possa ser restaurado (Dt 34.5,6; Jd 9). Logo, a lei (Moisés) e os profetas (Elias) estariam reunidos em testemunho a Cristo durante a proclamação da vinda do Rei.

HÁ VÁRIAS DIFICULDADES EM IDENTIFICAR MOISÉS COMO UMA DAS TESTEMUNHAS.
            1) A expressão "semelhante a mim" de Deuteronômio 18.15 parece impedir qualquer possibilidade de que o próprio Moisés seja uma das testemunhas, pois o profeta não era Moisés, mas alguém se­melhante a ele.
            2) A semelhança dos milagres não significa identifica­ção. Os milagres que Moisés fez foram sinais a Israel. Os sinais das testemunhas serão da mesma forma sinais para Israel. Seria algo im­pressionante se Deus duplicasse os sinais que foram grandes sinais para Israel naqueles dias.
            3) Embora a transfiguração seja identificada com o milênio (2Pe 1.16-19), ela jamais é identificada com o período tribulacional ou com o ministério das testemunhas. Pelo fato de eles terem aparecido na transfiguração, demonstrando que estariam relacio­nados ao Senhor na Sua vinda para o Seu reino, não significa que de­vam ser as testemunhas.
            4) O corpo de Moisés na transfiguração não era seu corpo ressurrecto, já que Cristo é as primícias da ressurreição (I Co 15.20,23), nem um corpo imortal, logo não se pode argumentar com base em Judas 9 que o corpo de Moisés foi preservado para que ele possa voltar para morrer.

            OUTROS, QUE IDENTIFICAM UMA DESSAS TESTEMUNHAS COMO ELIAS, ASSOCIAM A SEGUNDA A ENOQUE. VÁRIAS RAZÕES APÓIAM ESSA DEFESA.
            1) Enoque foi transladado sem ver a morte (Gn 5.24).
            2) Tanto Elias quanto Enoque teriam sido revestidos de imortalidade (I Co 15.53) na hora exata de sua translação, mas Cristo é o único que agora possui imortalidade (l Tm 6.16). Logo, esses dois teriam sido preservados sem experimentar imor­talidade a fim de que pudessem retornar para morrer.
            3) Enoque foi um profeta de julgamento, assim como Elias (Jd 14,15), e isso corresponde ao ministério das duas testemunhas, pois eles profetizam com o sinal do julgamento — pano de saco (Ap 11.3).
            4) Em Apocalipse 11.4 as pala­vras "em pé" fazem supor que eles já viviam no tempo de João e devem ser duas pessoas que já foram transladadas. Logo, acredita-se, apenas Elias e Enoque poderiam satisfazer essa exigência.

            PARECE HAVER VÁRIOS ARGUMENTOS CONTRÁRIOS À IDENTIFICAÇÃO DE UMA DESSAS TESTEMUNHAS COMO ENOQUE.
            1) O motivo declarado da translação de Enoque foi "para não ver a morte" (Hb 11.5). Em vista disso, é difícil afirmar que ele retornará para morrer.
            2) Parece que o profeta antediluviano não seria enviado por Deus para lidar com Israel.
            3) A posição de Enoque e Elias na translação não é diferente da de todos os santos do Antigo Testamento que estão diante do Senhor por meio da morte física. Seu meio de entrada é diferente, mas não a sua posição na entrada. Assim, o fato de que eles foram arrebatados não requer uma diferença de estado, nem que eles retornem para morrer.
            4) As testemu­nhas têm corpos mortais e estão sujeitas à morte. Elias e Moisés no monte da transfiguração evidentemente não tinham corpos mortais, pois "apareceram em glória". Dificilmente receberiam corpos mortais novamente.
            English chega a uma conclusão com respeito a essas teorias, quan­do diz:
            Se fosse possível afirmar com certeza que as duas testemunhas devem ser identificadas com personagens que apareceram na terra na época do Antigo Testamento, então somos obrigados a concluir, penso eu, que serão Elias e Moisés, o primeiro porque se diz que virá novamente, e o segundo por causa da sua associação com Elias no monte da transfiguração, por causa da natu­reza do seu testemunho, e porque ele simboliza a lei assim como Elias repre­senta os profetas, ambos testemunhando a vinda do Senhor em glória. (Schuyler English, The two witnesses, Our Hope, 47:665, Apr. 1941.)

            Existem os que acreditam, por causa das dificuldades em causa e do silêncio das Escrituras a esse respeito, que as duas testemunhas não podem ser identificadas. English representa esse grupo quando escreve:
            ... essas duas testemunhas não podem ser identificadas, mas [...] simples­mente aparecerão no espírito e poder de Elias [...] As duas testemunhas terão corpos mortais, e, embora seja possível a Deus, a quem "todas as coisas" são possíveis, mandar de volta à terra aqueles que já foram para a presença do Senhor há muito tempo, não temos nenhum precedente e nenhuma palavra nas Escrituras para tal reentrada de homens. Sim, Lázaro, o filho da viúva de Sarepta e outros tinham corpos mortais quan­do ressuscitaram dos mortos, mas sua morte foi uma experiência tempo­rária e autorizada para que Deus fosse glorificado pelo poder milagroso de Seu Filho (ou Seu profeta) na ressurreição. A reaparição do nosso Se­nhor após a ressurreição foi em Seu corpo glorificado e, como já demons­tramos, Moisés e Elias, no monte da transfiguração, "apareceram em gló­ria" (Lc 9.31), isto é, nos corpos glorificados para aquela ocasião [...] Com base nisso, concluímos que as duas testemunhas não podem ser identificadas, mas cumprirão no futuro um destino que João Batista teria realizado se o coração de Israel tivesse sido receptivo. (Ibid., p. 669-70)

            Parece melhor concluir que a identidade desses dois homens é incerta. Talvez não sejam pessoas que viveram anteriormente e foram restaura­das, mas dois homens levantados para um testemunho especial, a quem foi concedido o poder de fazer milagres. Seu ministério é de julgamen­to, como mostram suas vestes de pano de saco. São mortos pela besta (Ap 13.1-10). Com relação à hora de sua morte, o mesmo autor diz:
            Aritmética pura revelará rapidamente que o período da profecia confia­do às duas testemunhas, 1 260 dias, equivale a três anos e meio de dura­ção. Em qual metade da tribulação, então, essas testemunhas profetiza­rão? Ou seu testemunho não será limitado por uma das metades dos sete anos, mas durará de uma metade para a outra? Não creio que possamos ser dogmáticos sobre isso. Há lógica considerável no argumento de que seu testemunho ocorrerá durante a primeira metade da semana profética de Daniel, e seu martírio será o primeiro ato de perseguição da besta, depois que ela quebrar a aliança com os judeus (Dn 9.27). Seu ministério será acompanhado de poder sobre os inimigos, enquanto, de acordo com Daniel 7.21, o "pequeno chifre" (que é a besta) guerreará e prevalecerá contra os santos, e essa será a segunda metade da semana. Por outro lado, em Apocalipse 11.2 os "quarenta e dois meses" sem dúvida se referem à segunda metade da tribulação, e o período do testemunho das duas teste­munhas parece estar sincronizado com isso. Além disso, seu testemunho é registrado logo antes do soar da sétima trombeta, o que nos leva direto ao reino milenar. Mas o período exato em que o testemunho acontecerá não é importante aos crentes desta era — isso acontecerá no tempo de Deus, que conhecemos, e será o tempo certo. (Ibid., p. 671)

QUAIS SERÃO AS ATIVIDADES DAS DUAS TESTEMUNHAS?
Segundo Apocalipse 11.3-6 , as duas testemunhas profetizarão durante três anos e meio, transmitindo as verdades de Deus às nações que pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses(v. 2). Além disso, anuciarão que os reinos da terra passarão a ser do Senhor Jesus , e que Ele voltara para implantar o Milenio. As duas testemunhas vestidadas de pano de saco terão poder para falar em nome de Deus e operar Milagres.

QUAL SERÁ A MISSÃO DAS DUAS TESTEMUNHAS?

Elas serão enviadas por Deus e estabelecidas na terra pelo Senhor para um proposito especial, entre os quais:
1.         Enfrentar o anticristo, os demonios, os ímpios e todo sistema satánico durante todo o tempo da grande tribulação.
2.       Denuciar o pecado, a injustiça, a crueldade e toda impiedade dos homens.
3.       Resistir a todo poder diabolico, toda oposição e ataque dos inimigos.
4.       Anuciar os juizos de Deus sobre a humanidade.
5.       Operar milagres sobre a natureza e sobre os homens.
6.       Resplendecer a luz do Senho em meio a densas trevas espirituais que cobrirão toda a humanidade.
7.       Trazer consolo esperança e encorajamento a todos os santos, especialmente aos judeus, neste tempo sombrio de sofrimento e perseguição ao povo de Deus.
8.       Profetizar será a principal tarefa que elas exercerão. Antes que elas apareçan no cenario profetico, três anjos serão enviados pelo Senhor com o objetivo de avisar a humanidade sobre asconseguencias horriveis e inevitaveis que ocorrerão a todas as pessoas que adorarem a besta e receberem a sua marca (Ap 14. 6-11).

EM QUE LUGAR ESPECIFICO AS DUAS TESTEMUNHAS CUMPRIRÃO SUA MISSÃO?

Em Israel, em jerusalem, a cidade do Rei (Ap 11.8), porque, como está registrado em Isaias 2.3, de Sião sairá a lei , e de Jerusalem , a palavra do Senhor. Os povos da terra subirão a cidade Santa. Por, isso , tal nação será o foco do governo do Anticristo, onde operará o falso profeta, a segunda besta que subirá do mar(Ap 13.1,2)


Elias Voltará?


            Uma pergunta ligada à discussão anterior relaciona-se a Elias: se ele veio, se voltará literalmente ou se alguém virá no espírito e no po­der de Elias apesar de não ser o próprio profeta. Isso é importante e influi na identidade das testemunhas.

            A. ELIAS NÃO VIRÁ NOVAMENTE.
 Há uma interpretação que diz que João Batista cumpriu completamente tudo o que foi previsto sobre o predecessor, e Elias não virá novamente. (Cf. Carl Armerding, Will there be another Elijah?, Bibliotheca Sacra, 100:89-97, Jan. 1943)
            1) O princípio do parênteses esta­belecido nas Escrituras é citado como prova. De acordo com essa teoria, Malaquias profetizou dois acontecimentos totalmente separados (4.5,6), mas tratou-os como um. Logo, João poderia cumprir a primeira parte no primeiro advento de Cristo, embora o restante tivesse de esperar pelo segundo advento de Cristo para se cumprir.
            2) Deve ser dito que Elias chegaria "antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor" (Ml 4.5). Logo, João era Elias ou então Elias deveria vir antes da tribulação, o que destruiria a doutrina da iminência.
            3) Mateus 24 e 25, que dizem respeito ao plano para Israel no período tribulacional, não se referem ao ministério de Elias naquela época.
            4) O ministério das duas testemu­nhas é de julgamento, enquanto o ministério de Elias é de "fazer voltar os corações", portanto a cronologia de Apocalipse de 4 a 19 não menci­ona um ministério como o de Elias.
            5) Cristo afirma claramente em Mateus 11.14 e 17.12 que João era o Elias da profecia.

            Em resposta a esses argumentos, podemos afirmar:
            1) O princípio do parêntese é claramente reconhecido, mas, embora possa haver um parêntese ali, ele não precisa necessariamente existir. Essa é apenas uma acomodação para apoiar a teoria.
            2) E verdade que Elias chegará "antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor" (Ml 4.5). Devemos obser­var, contudo, que o dia do Senhor pode referir-se tanto ao período total abrangido por essa expressão, isto é, desde o começo da septuagésima semana de Daniel até o milênio, quanto aos vários acontecimentos da­quele período com esse nome. Portanto, não é necessário crer que Elias aparecerá durante a era cristã porque ele virá "antes" do dia do Senhor. Isso pode fazer referência à sua aparição antes de os terríveis julga­mentos caírem no segundo advento, que é um acontecimento do dia do Senhor. Na verdade, os adjetivos descritivos, grande e terrível, pare­cem relacionar essa profecia exatamente àquela experiência.         
            3) Deve­mos notar que muitos acontecimentos importantes são omitidos na cro­nologia de Mateus, e devem ser preenchidos com outras partes das Es­crituras; assim, a omissão não impossibilita tal ministério.
            4) Por mais completo que seja Apocalipse, existem alguns acontecimentos do Anti­go Testamento que não estão incluídos ali e esse ministério não precisa ser negado por causa de sua omissão. O fato de as testemunhas anunci­arem julgamento não elimina a possibilidade de acrescentarem a men­sagem da graça.
            5) A afirmação do Senhor Jesus de que João era Elias estava baseada na contingência. João era Elias "se o quereis reconhe­cer" (Mt 11.14). O Senhor declarou que, se eles recebessem o reino ofe­recido, João seria aquele que faria o trabalho de Elias. Mas eles rejeita­ram essa oferta (Mt 17.12) e, por isso, João foi impedido de ser aquele que cumpriria a profecia.

            B. ELIAS VIRÁ PESSOALMENTE E MINISTRARÁ NOVAMENTE.
A segunda teoria é a interpretação de que João não cumpre a profecia, e o Senhor antevê um ministério futuro de Elias (Mt 17.11). Por isso, Elias deve vir e mi­nistrar novamente. Essa teoria tem a seu favor uma série de argumentos.
            1) Em Lucas 1.17 João não é identificado como Elias, mas como alguém que "irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias", mos­trando que João não foi um Elias literal e, portanto, o Elias literal ainda virá.
            2) João negou que fosse Elias (Jo 1.21).
            3) Em Mateus 17.11 a pala­vra "virá" está no presente no original, mas uma vez que se liga à pala­vra "restaurará", que é futura, deve ser interpretada como um presente futurístico; portanto, o Senhor está indicando um ministério futuro de Elias.
            4) As semelhanças entre os ministérios das testemunhas em Apocalipse 11 e o de Elias defendem um retorno futuro de Elias.
            5) Às vezes é usado o argumento histórico de que judeus consagrados ainda esperam por Elias para cumprir a profecia.
            6) Já que João não restaurou todas as coisas, virá alguém que o fará.
            Com base no método literal de interpretação das Escrituras, esses argumentos parecem verdadeiros e estabelecem o fato de que Elias deve vir novamente. No entanto, parece haver uma consideração que milita contra eles. Afirma-se em Lucas 1.17 que João é alguém que vem "no espírito e poder de Elias". Quando o Senhor disse: "E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir" (Mt 11.14) e "Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram" (Mt 17.12), estava indicando alguém que veio, não um Elias lite­ral, mas alguém que cumpriu a profecia. Os discípulos entenderam claramente que o Senhor estava falando sobre João (Mt 17.13). Cristo afirma que João se tornou Elias somente na aceitação do Messias e de Seu reino por Israel (Mt 11.14), e a possibilidade de João tornar-se o Elias profetizado baseava-se numa contingência. E verdade que a identifica­ção de João com aquele que cumpriria a profecia dependia de Israel receber ou rejeitar o reino oferecido, mas a atitude de Israel em relação ao reino não mudou a pessoa de João. Ele não era nem poderia ser o Elias literal sob nenhuma circunstância, e a aceitação do reino não o faria ser. Ele foi alguém que poderia ter cumprido a profecia porque essa é interpretada pelo Senhor como cumprida, não no Elias literal, mas em alguém que viria no espírito e no poder de Elias. Se o Elias literal precisasse aparecer, Cristo não teria feito uma oferta genuína do reino, visto que o Elias literal tinha de vir e João não poderia cumprir essa exigência. Mas se alguém que viesse no espírito e no poder de Elias cumprisse as exigências, então uma oferta genuína do reino pode­ria ser feita. Com base nas palavras do Senhor, conclui-se que Elias não precisa aparecer pessoalmente, embora alguém venha para cumprir esse ministério (Mt 17.12).

            C. ALGUÉM VIRÁ NO ESPÍRITO E NO PODER DE ELIAS.
A terceira teoria é que as profecias não foram cumpridas em João e aguardam cumprimento futuro; mas, já que Elias não precisa cumpri-las pessoalmente, alguém virá em seu espírito e poder para cumprir o que está previsto (Ml 4.5,6; Mt 17.10,11). Sobre essa questão English escreve:
... após a transfiguração, os discípulos perguntaram ao Senhor sobre a Sua vinda em poder e glória: "Por que dizem, pois, os escribas ser neces­sário que Elias venha primeiro?". A isso nosso Senhor respondeu: "De fato, Elias virá e restaurará todas as cousas" (Mt 17.10,11). Se não houves­se nenhuma outra referência com relação à vinda de Elias, seríamos obri­gados a concluir que ele deve ser uma das testemunhas de Apocalipse 11. Mas vejamos. Algum tempo antes da transfiguração, João Batista, que estava na prisão, enviou dois discípulos para perguntar ao Senhor Jesus se Ele era o Messias ou se eles deveriam esperar outro. Nosso Senhor enviou uma mensagem de volta para João chamando a atenção para Seu ministério miraculoso como testemunho suficiente de que Ele era Aquele que os profetas haviam previsto. Ele contou, então, às multidões sobre a grandeza de João, e que Batista era realmente o Mensageiro de quem
Malaquias falara (Ml 3.1). Por fim, o Senhor acrescentou: "Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir" (Mt 11.13,14). O que Ele quer dizer? Ele estava dizendo o seguinte: que, se Israel estivesse pronto e disposto a recebê-lo naquela época, Ele teria estabelecido o reino que lhes oferecera, e, nesse caso, o ministério de João seria o cumprimento do Elias profético. Parece, então, que a profecia de Malaquias se refere a alguém vindo no espírito e no poder de Elias (como Lc 1.17), e que ele não precisa ser o pró­prio Elias, literalmente. Nosso Senhor nos deu outra mostra disso na con­versa com Seus discípulos, à qual já nos referimos, que aconteceu após a transfiguração, pois, quando Ele assegurou que Elias deveria vir, acres­centou: "Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram", e nós lemos: "Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista" (Mt 17.12,13). Parece que a Palavra de Deus mostra clara­mente que aquele que vem será um Elias virtual e não literal. (English, op. cit., p. 666)

            Quanto ao problema das duas testemunhas, English conclui:
            ... se João Batista poderia ter sido Elias, se Israel se tivesse disposto a recebê-lo (Mateus 11.13,14), então os que testemunharão naquele dia futuro, vin­dos no espírito e no poder de Elias, podem certamente cumprir as profe­cias de Malaquias e de nosso Senhor (Ml 4.5; Mt 17.10,11). (Ibid., p. 670)
              
            Visto que João não poderia ter cumprido as profecias porque Israel rejeitou o reino oferecido, não parece possível afirmar que a profecia de Malaquias 4.5,6 tenha sido cumprida. O fato de que João poderia ter cumprido a profecia, apesar de não ser Elias pessoalmente, parece mos­trar que Elias não precisa vir pessoalmente para cumprir as profecias. Durante o período anterior ao segundo advento e antes do derrama­mento dos julgamentos na terra, haverá o ministério de alguém carac­terizado pelo espírito e pelo poder de Elias, que cumprirá essa profecia.
Referencias: J. Dwight Pentecost - Manual de Escatologia
                   Joá Caitano - Os Mistérios do Apocalipse

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu sempre achei,que a forma mais prática e satisfatória para responder uma pergunta é : PRIMEIRO RESPONDER A PERGUNTA JÁ LOGO EM SEGUIDA. E EM SEGUIDA APRESENTAR OS ARGUMENTOS DO "PORQUE". Por exemplo: Foi feita aqui a pergunta: "QUEM SÃO AS DUAS TESTEMUNHAS DESCRITAS NO APOCALIPSE ?" Imediatamente aquele que responde deveria dizer: AS DUAS TESTEMUNHAS SÃO (...).Depois então apresentar as provas bíblicas . Mas não. Ve-se uma enrolação, um discurso imenso citando as varias interpretações existentes, e a dúvida continua. Pra que isso? Sejam objetivos. É isto o que esperam os amantes da verdade como eu. Obrigado.

Ana Raquel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Raquel disse...

Acredito que uma delas seja João o apóstolo basta ler apocalipse 10 o mistério que os trovões falou a ele a João versículo 4 até o 11 dar toda resposta se ainda não acredita basta ler João 21 vers 21 também! é João que escreveu apocaliose e João sabe do segredo acho que ele é uma delas,pq ele sabe do mistério que os trovões falou, outra coisa ele não profetizou as nações reis e povos e porque será que depois q ele comeu o livro foi dito isso? E João cap 21 e versículo 21 uma delas pode ser João meu ponto de vista

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... A BÍBLIA É O FENÔMENO EXPLICÁVEL APENAS DE UM MODO – ELA É A PALAVRA DE DEUS...

... A BÍBLIA É O FENÔMENO EXPLICÁVEL APENAS DE UM MODO – ELA É A PALAVRA DE DEUS...
O fato de que Deus nos deu a Bíblia é evidencia e exemplo de seu amor por nos, nos ensinando a manter um relacionamento correto com Deus, mas como podemos ter evidencias de que a Bíblia é mesmo a palavra infalível de Deus e não simplesmente um bom livro? O que é único na Bíblia que a separa dos demais livros escritos até hoje? A Bíblia é a verdadeira Palavra de Deus, divinamente inspirada, e totalmente suficiente para todas as questões de fé e prática. Não pode haver duvidas sobre a veracidade bíblica. Ela não é um livro que um homem escreveria se pudesse, ou que poderia escrever se quisesse.

QUE TEMPO CURTO!

QUE  TEMPO CURTO!
Se for ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b). Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola Dominical ser surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Muitos são os professores e alunos que vivem se queixando do pouco tempo reservado para o estudo em classe. Alguns professores chegam dizer, frustrados, que a aula terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu conteúdo. A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há planejamento da aula, não importa o tempo a ela reservado, tudo sairá atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando algo. Quando existe planejamento, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo, mas o planejamento. O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em consideração vários fatores.

Alguém precisa fazer algo!

Alguém precisa fazer algo!
JANELA 10/40 é uma faixa da terra que se estende do Oeste da África, passa pelo Oriente Médio e vai até a Ásia. A partir da linha do equador, subindo forma um retângulo entre os graus 10 e 40. A esse retângulo denomina-se JANELA 10/40.Calcula-se que até hoje menos da metade da população mundial com as suas etnias e línguas tenham sido confrontadas com o evangelho. A outra parte, com sua maioria absoluta na Janela 10/40, representa uma grande multidão de cerca de 3,2 bilhões de pessoas que ainda são objetos dos empreendimentos missionários do povo de Deus.

DICAS PARA UMA LEITURA PROVEITOSA.

DICAS PARA UMA LEITURA PROVEITOSA.
. Então, aí vai dez dicas para ler sem esquecer, a primeira vista, muitas podem parecer óbvias. Mas não as subestime. Não é sempre que a gente enxerga o óbvio. 1- Não leia cansado nem ansioso. Se for o caso, faça exercícios de respiração antes de começar a leitura. O estresse é o inimigo número um da concentração e, em consequência, da memorização. 2- Tenha vontade de aprender o que será lido. 3- Se não tiver vontade de antemão, procure criar interesse pelo assunto. A curiosidade é a mola da humanidade. 4- Sublinhe as palavras mais importantes e as frases que expressem melhor a idéia central. 5- Analise as informações e crie relação entre elas, seja nas linhas de cima ou com tudo o que você aprendeu na vida, trazendo-as para o seu mundo. A associação de idéias é fundamental. 6- Leve sempre em conta coisas como: 1- Grau de dificuldade do texto (ler um gibi não é o mesmo que ler sobre filosofia). 2- Objetivo (Só querer agradar alguém, e mais nada, não é o melhor caminho para gravar uma informação. 3- Necessidade (querer ler é bem diferente de depender disso). 7- Faça perguntas ao texto e busque respostas nele. 8- Repita sempre, desde ler de novo até contar para laguém o que você leu. 9- Faça uma síntese mental. Organizar bem as idéias já é meio caminho andado. 10- A memória prefere imagens a palavras ou sons. Por isso, tente criar uma história com aquilo que está lendo, com cenas coloridas e movimentadas. Sammy Pulver comentou muito bem a sensação de quem descobriu e está experimentando os prazeres de uma boa leitura: Na vida nos ensinam a amar, a sorrir, a andar, a lutar, mas quando abrimos um livro, descobrimos que também podemos voar.