Uma consideração importante relativa à posição de Israel na tribulação é dada em Apocalipse 11.3-12, em que se apresenta o ministério das duas testemunhas. Há grande divergência de opinião na interpretação dessa passagem.
A. A INTERPRETAÇÃO SIMBÓLICA.
Há duas teorias principais que
resultam de uma interpretação simbólica das duas testemunhas.
1)
A primeira é que essas duas testemunhas representam a igreja, que será
arrebatada em meio à tribulação. O arrebatamento, de acordo com essa teoria,
ocorre no v. 12. Essa é a posição dos defensores do arrebatamento
mesotribulacionista, examinado anteriormente.
2)
A segunda é que as duas testemunhas representam todo o remanescente do
período tribulacional. Essa teoria
baseia-se na observação de que dois é o número de testemunhas e, já que os 144
mil são testemunhas durante o período, devem ser simbolicamente representados
aqui. Ambas as teorias baseiam-se num método de interpretação não-literal.
HÁ
VÁRIAS OBJEÇÕES A ESSAS VISÕES.
1)
Embora se reconheça que Apocalipse usa símbolos, parece um erro considerar
simbólico tudo o que é revelado ali. A palavra "notificou" em
Apocalipse 1.1 não significa "revelar por meio de símbolos";
refere-se, antes, a um fato histórico que tem sentido espiritual. Os sete
"sinais" do evangelho de João não são meros símbolos, mas
acontecimentos históricos reais aos quais há um sentido espiritual relacionado.
O uso de "notificar" não permite interpretação não-literal aqui. A
coerência com o método literal exige que aquilo que é revelado seja entendido literalmente,
a não ser que o texto claramente mostre o contrário, como, por exemplo, em
Apocalipse 12.3,9.
2)
Já que outros números dessa passagem são considerados literalmente, o número
dois também deve ser considerado literalmente. Os 42 meses (11.2), os 1 260 dias
(11.3), são tomados literalmente em referência à metade do período da
septuagésima semana. Parece não haver motivo para não considerar os três e meio
(11.9,11) literalmente. Logo, já que os outros números não são
espiritualizados, o número dois também não deve ser.
3)
Todas as testemunhas morrem em certo ponto (11.7) para que seu testemunho
cesse. Sabemos que o remanescente fiel, apesar de dizimado pelas atividades da
besta, continuará durante todo o período até a vinda do Senhor. O testemunho
contínuo parece prova que contraria a identificação delas com o remanescente.
4)
Enquanto parte do remanescente continuar, não haverá motivo para regozijo
(11.10). O regozijo vem pelo fato de esse testemunho específico ter acabado. A
conclusão é que isso não se refere ao remanescente fiel, mas sim a dois
indivíduos literais que foram separados especialmente por Deus e chamados
"minhas duas testemunhas" (11.3). Assim como as duas oliveiras de
Zacarias referem-se a Zorobabel e a Josué, as duas oliveiras (11.4) denotam
dois indivíduos literais. Seus milagres, seu ministério, sua ascensão parecem
identificá-los como homens individuais.
B. A INTERPRETAÇÃO LITERAL.
Os literalistas dividem-se em duas
classes quanto à interpretação. Existem os que acreditam que se trate de dois
homens que viveram anteriormente e voltaram à terra para esse ministério. Há
também os que acreditam que se trate de homens literais, mas não
identificáveis.
Os
que defendem a primeira teoria acreditam que uma das testemunhas será Elias.
Eles se fundamentam nos seguintes aspectos.
1)
Em Malaquias 3.1-3; 4.5,6 é previsto que Elias viria antes do segundo advento
para preparar o caminho para o Messias.
2)
Elias não sofreu morte física (2Rs 2.9-11) e, poderia retornar e sofrer a
morte assim como as duas testemunhas.
3)
As testemunhas têm o mesmo sinal milagroso dado a Elias com relação à chuva (l
Rs 17.1, Ap 11.6).
4)
O período de seca na época de Elias (l Rs 17.1) teve a mesma duração que o
ministério das testemunhas (Ap 11.3).
5)
Elias foi um dos dois que apareceram na transfiguração (Mt 17.3) e argumentou
sobre o que todo testemunho aponta, "a morte de Cristo".
Muitos
dos que identificam uma das testemunhas com Elias associam a segunda testemunha
a Moisés. Várias razões apóiam essa interpretação.
1)
Moisés apareceu com Elias na transfiguração (Mt 17.3) quando a morte de Cristo
foi discutida.
2)
O ministério de Moisés de transformar as águas em sangue (Êx 7.19,20) é o
mesmo das testemunhas (Ap 11.6).
3)
Deuteronômio 18.15-19 exige o reaparecimento de Moisés.
4)
O corpo de Moisés foi preservado por Deus para que Ele possa ser restaurado (Dt
34.5,6; Jd 9). Logo, a lei (Moisés) e os profetas (Elias) estariam reunidos em
testemunho a Cristo durante a proclamação da vinda do Rei.
HÁ VÁRIAS DIFICULDADES EM
IDENTIFICAR MOISÉS COMO UMA DAS TESTEMUNHAS.
1)
A expressão "semelhante a mim" de Deuteronômio 18.15 parece impedir
qualquer possibilidade de que o próprio Moisés seja uma das testemunhas, pois o
profeta não era Moisés, mas alguém semelhante a ele.
2)
A semelhança dos milagres não significa identificação. Os milagres que Moisés
fez foram sinais a Israel. Os sinais das testemunhas serão da mesma forma
sinais para Israel. Seria algo impressionante se Deus duplicasse os sinais que
foram grandes sinais para Israel naqueles dias.
3)
Embora a transfiguração seja identificada com o milênio (2Pe 1.16-19), ela
jamais é identificada com o período tribulacional ou com o ministério das
testemunhas. Pelo fato de eles terem aparecido na transfiguração, demonstrando
que estariam relacionados ao Senhor na Sua vinda para o Seu reino, não
significa que devam ser as testemunhas.
4)
O corpo de Moisés na transfiguração não era seu corpo ressurrecto, já que
Cristo é as primícias da ressurreição (I Co 15.20,23), nem um corpo imortal,
logo não se pode argumentar com base em Judas 9 que o corpo de Moisés foi
preservado para que ele possa voltar para morrer.
OUTROS, QUE IDENTIFICAM UMA DESSAS
TESTEMUNHAS COMO ELIAS, ASSOCIAM A SEGUNDA A ENOQUE. VÁRIAS RAZÕES
APÓIAM ESSA DEFESA.
1)
Enoque foi transladado sem ver a morte (Gn 5.24).
2)
Tanto Elias quanto Enoque teriam sido revestidos de imortalidade (I Co 15.53)
na hora exata de sua translação, mas Cristo é o único que agora possui
imortalidade (l Tm 6.16). Logo, esses dois teriam sido preservados sem
experimentar imortalidade a fim de que pudessem retornar para morrer.
3)
Enoque foi um profeta de julgamento, assim como Elias (Jd 14,15), e isso
corresponde ao ministério das duas testemunhas, pois eles profetizam com o
sinal do julgamento — pano de saco (Ap 11.3).
4)
Em Apocalipse 11.4 as palavras "em pé" fazem supor que eles já
viviam no tempo de João e devem ser duas pessoas que já foram transladadas.
Logo, acredita-se, apenas Elias e Enoque poderiam satisfazer essa exigência.
PARECE HAVER VÁRIOS ARGUMENTOS
CONTRÁRIOS À IDENTIFICAÇÃO DE UMA DESSAS TESTEMUNHAS COMO ENOQUE.
1)
O motivo declarado da translação de Enoque foi "para não ver a morte"
(Hb 11.5). Em vista disso, é difícil afirmar que ele retornará para morrer.
2)
Parece que o profeta antediluviano não seria enviado por Deus para lidar com
Israel.
3)
A posição de Enoque e Elias na translação não é diferente da de todos os santos
do Antigo Testamento que estão diante do Senhor por meio da morte física. Seu
meio de entrada é diferente, mas não a sua posição na entrada. Assim, o fato de
que eles foram arrebatados não requer uma diferença de estado, nem que eles
retornem para morrer.
4)
As testemunhas têm corpos mortais e estão sujeitas à morte. Elias e Moisés no
monte da transfiguração evidentemente não tinham corpos mortais, pois
"apareceram em glória". Dificilmente receberiam corpos mortais
novamente.
English chega a uma conclusão com
respeito a essas teorias, quando diz:
Se fosse
possível afirmar com certeza que as duas testemunhas devem ser identificadas
com personagens que apareceram na terra na época do Antigo Testamento, então
somos obrigados a concluir, penso eu, que serão Elias e Moisés, o primeiro
porque se diz que virá novamente, e o segundo por causa da sua associação com
Elias no monte da transfiguração, por causa da natureza do seu testemunho, e
porque ele simboliza a lei assim como Elias representa os profetas, ambos
testemunhando a vinda do Senhor em glória. (Schuyler English, The two witnesses, Our Hope,
47:665, Apr. 1941.)
Existem
os que acreditam, por causa das dificuldades em causa e do silêncio das
Escrituras a esse respeito, que as duas testemunhas não podem ser
identificadas. English representa esse grupo quando escreve:
... essas
duas testemunhas não podem ser identificadas, mas [...] simplesmente
aparecerão no espírito e poder de Elias [...] As duas testemunhas terão corpos
mortais, e, embora seja possível a Deus, a quem "todas as coisas" são
possíveis, mandar de volta à terra aqueles que já foram para a presença do
Senhor há muito tempo, não temos nenhum precedente e nenhuma palavra nas
Escrituras para tal reentrada de homens. Sim, Lázaro, o filho da viúva de
Sarepta e outros tinham corpos mortais quando ressuscitaram dos mortos, mas
sua morte foi uma experiência temporária e autorizada para que Deus fosse
glorificado pelo poder milagroso de Seu Filho (ou Seu profeta) na ressurreição.
A reaparição do nosso Senhor após a ressurreição foi em Seu corpo glorificado
e, como já demonstramos, Moisés e Elias, no monte da transfiguração,
"apareceram em glória" (Lc 9.31), isto é, nos corpos glorificados
para aquela ocasião [...] Com base nisso, concluímos que as duas testemunhas
não podem ser identificadas, mas cumprirão no futuro um destino que João
Batista teria realizado se o coração de Israel tivesse sido receptivo. (Ibid.,
p. 669-70)
Parece
melhor concluir que a identidade desses dois homens é incerta. Talvez não sejam
pessoas que viveram anteriormente e foram restauradas, mas dois homens
levantados para um testemunho especial, a quem foi concedido o poder de fazer
milagres. Seu ministério é de julgamento, como mostram suas vestes de pano de
saco. São mortos pela besta (Ap 13.1-10). Com relação à hora de sua morte, o mesmo autor diz:
Aritmética
pura revelará rapidamente que o período da profecia confiado às duas
testemunhas, 1 260 dias, equivale a três anos e meio de duração. Em qual
metade da tribulação, então, essas testemunhas profetizarão? Ou seu testemunho
não será limitado por uma das metades dos sete anos, mas durará de uma metade
para a outra? Não creio que possamos ser dogmáticos sobre isso. Há lógica
considerável no argumento de que seu testemunho ocorrerá durante a primeira
metade da semana profética de Daniel, e seu martírio será o primeiro ato de
perseguição da besta, depois que ela quebrar a aliança com os judeus (Dn 9.27).
Seu ministério será acompanhado de poder sobre os inimigos, enquanto, de acordo
com Daniel 7.21, o "pequeno chifre" (que é a besta) guerreará e
prevalecerá contra os santos, e essa será a segunda metade da semana. Por outro
lado, em Apocalipse 11.2 os "quarenta e dois meses" sem dúvida se
referem à segunda metade da tribulação, e o período do testemunho das duas
testemunhas parece estar sincronizado com isso. Além disso, seu testemunho é
registrado logo antes do soar da sétima trombeta, o que nos leva direto ao
reino milenar. Mas o período exato em que o testemunho acontecerá não é
importante aos crentes desta era — isso acontecerá no tempo de Deus, que
conhecemos, e será o tempo certo. (Ibid., p. 671)
QUAIS SERÃO AS ATIVIDADES DAS DUAS TESTEMUNHAS?
Segundo Apocalipse 11.3-6 ,
as duas testemunhas profetizarão durante três anos e meio, transmitindo as
verdades de Deus às nações que pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois
meses(v. 2). Além disso, anuciarão que os reinos da terra passarão a ser do
Senhor Jesus , e que Ele voltara para implantar o Milenio. As duas testemunhas
vestidadas de pano de saco terão poder para falar em nome de Deus e operar
Milagres.
QUAL
SERÁ A MISSÃO DAS DUAS TESTEMUNHAS?
Elas
serão enviadas por Deus e estabelecidas na terra pelo Senhor para um proposito
especial, entre os quais:
1.
Enfrentar o anticristo, os
demonios, os ímpios e todo sistema satánico durante todo o tempo da grande
tribulação.
2.
Denuciar o pecado, a
injustiça, a crueldade e toda impiedade dos homens.
3.
Resistir a todo poder
diabolico, toda oposição e ataque dos inimigos.
4.
Anuciar os juizos de Deus
sobre a humanidade.
5.
Operar milagres sobre a
natureza e sobre os homens.
6.
Resplendecer a luz do Senho
em meio a densas trevas espirituais que cobrirão toda a humanidade.
7.
Trazer consolo esperança e
encorajamento a todos os santos, especialmente aos judeus, neste tempo sombrio
de sofrimento e perseguição ao povo de Deus.
8.
Profetizar será a principal
tarefa que elas exercerão. Antes que elas apareçan no cenario profetico, três
anjos serão enviados pelo Senhor com o objetivo de avisar a humanidade sobre
asconseguencias horriveis e inevitaveis que ocorrerão a todas as pessoas que
adorarem a besta e receberem a sua marca (Ap 14. 6-11).
EM
QUE LUGAR ESPECIFICO AS DUAS TESTEMUNHAS CUMPRIRÃO SUA MISSÃO?
Em
Israel, em jerusalem, a cidade do Rei (Ap 11.8), porque, como está registrado
em Isaias 2.3, de Sião sairá a lei , e de Jerusalem , a palavra do Senhor. Os povos
da terra subirão a cidade Santa. Por, isso , tal nação será o foco do governo
do Anticristo, onde operará o falso profeta, a segunda besta que subirá do mar(Ap
13.1,2)
Elias Voltará?
Uma
pergunta ligada à discussão anterior relaciona-se a Elias: se ele veio, se
voltará literalmente ou se alguém virá no espírito e no poder de Elias apesar
de não ser o próprio profeta. Isso é importante e influi na identidade das
testemunhas.
A. ELIAS NÃO VIRÁ NOVAMENTE.
Há uma interpretação que diz que João Batista cumpriu
completamente tudo o que foi previsto sobre o predecessor, e Elias não virá
novamente. (Cf. Carl Armerding, Will there be another Elijah?, Bibliotheca
Sacra, 100:89-97, Jan. 1943)
1) O princípio do parênteses estabelecido nas
Escrituras é citado como prova. De acordo com essa teoria, Malaquias profetizou
dois acontecimentos totalmente separados (4.5,6), mas tratou-os como um. Logo,
João poderia cumprir a primeira parte no primeiro advento de Cristo, embora o
restante tivesse de esperar pelo segundo advento de Cristo para se cumprir.
2)
Deve ser dito que Elias chegaria "antes que venha o grande e terrível Dia
do Senhor" (Ml 4.5). Logo,
João era Elias ou então Elias deveria vir antes da tribulação, o que destruiria
a doutrina da iminência.
3)
Mateus 24 e 25, que dizem respeito ao plano para Israel no período
tribulacional, não se referem ao ministério de Elias naquela época.
4)
O ministério das duas testemunhas é de julgamento, enquanto o ministério de
Elias é de "fazer voltar os corações", portanto a cronologia de
Apocalipse de 4 a
19 não menciona um ministério como o de Elias.
5)
Cristo afirma claramente em Mateus 11.14 e 17.12 que João era o Elias da
profecia.
Em
resposta a esses argumentos, podemos afirmar:
1)
O princípio do parêntese é claramente reconhecido, mas, embora possa haver um
parêntese ali, ele não precisa necessariamente existir. Essa é apenas uma
acomodação para apoiar a teoria.
2)
E verdade que Elias chegará "antes que venha o grande e terrível
Dia do Senhor" (Ml 4.5).
Devemos observar, contudo, que o dia do Senhor pode referir-se tanto ao
período total abrangido por essa expressão, isto é, desde o começo da
septuagésima semana de Daniel até o milênio, quanto aos vários acontecimentos
daquele período com esse nome. Portanto, não é necessário crer que Elias
aparecerá durante a era cristã porque ele virá "antes" do dia do
Senhor. Isso pode fazer referência à sua aparição antes de os terríveis julgamentos
caírem no segundo advento, que é um acontecimento do dia do Senhor. Na verdade,
os adjetivos descritivos, grande e terrível, parecem relacionar essa profecia
exatamente àquela experiência.
3)
Devemos notar que muitos acontecimentos importantes são omitidos na cronologia
de Mateus, e devem ser preenchidos com outras partes das Escrituras; assim, a
omissão não impossibilita tal ministério.
4)
Por mais completo que seja Apocalipse, existem alguns acontecimentos do Antigo
Testamento que não estão incluídos ali e esse ministério não precisa ser negado
por causa de sua omissão. O fato de as testemunhas anunciarem julgamento não
elimina a possibilidade de acrescentarem a mensagem da graça.
5)
A afirmação do Senhor Jesus de que João era Elias estava baseada na
contingência. João era Elias "se o quereis reconhecer" (Mt 11.14). O
Senhor declarou que, se eles recebessem o reino oferecido, João seria aquele
que faria o trabalho de Elias. Mas eles rejeitaram essa oferta (Mt 17.12) e,
por isso, João foi impedido de ser aquele que cumpriria a profecia.
B. ELIAS VIRÁ PESSOALMENTE E
MINISTRARÁ NOVAMENTE.
A segunda teoria é a interpretação
de que João não cumpre a profecia, e o Senhor antevê um ministério futuro de
Elias (Mt 17.11). Por isso, Elias deve vir e ministrar novamente. Essa teoria
tem a seu favor uma série de argumentos.
1)
Em Lucas 1.17 João não é identificado como Elias, mas como alguém que "irá
adiante do Senhor no espírito e
poder de Elias", mostrando que João não foi um Elias literal e, portanto,
o Elias literal ainda virá.
2)
João negou que fosse Elias (Jo 1.21).
3)
Em Mateus 17.11 a
palavra "virá" está no presente no original, mas uma vez que se liga
à palavra "restaurará", que é futura, deve ser interpretada como um
presente futurístico; portanto, o Senhor está indicando um ministério futuro de
Elias.
4)
As semelhanças entre os ministérios das testemunhas em Apocalipse 11 e o de
Elias defendem um retorno futuro de Elias.
5)
Às vezes é usado o argumento histórico de que judeus consagrados ainda esperam
por Elias para cumprir a profecia.
6)
Já que João não restaurou todas as coisas, virá alguém que o fará.
Com
base no método literal de interpretação das Escrituras, esses argumentos
parecem verdadeiros e estabelecem o fato de que Elias deve vir novamente. No
entanto, parece haver uma consideração que milita contra eles. Afirma-se em
Lucas 1.17 que João é alguém que vem "no espírito e poder de
Elias". Quando o Senhor disse: "E, se o quereis reconhecer, ele
mesmo é Elias, que estava para vir" (Mt 11.14) e "Elias já veio, e
não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram" (Mt
17.12), estava indicando alguém que veio, não um Elias literal, mas alguém que
cumpriu a profecia. Os discípulos entenderam claramente que o Senhor estava
falando sobre João (Mt 17.13). Cristo afirma que João se tornou Elias somente
na aceitação do Messias e de Seu reino por Israel (Mt 11.14), e a possibilidade
de João tornar-se o Elias profetizado baseava-se numa contingência. E verdade
que a identificação de João com aquele que cumpriria a profecia dependia de
Israel receber ou rejeitar o reino oferecido, mas a atitude de Israel em
relação ao reino não mudou a pessoa de João. Ele não era nem poderia ser o
Elias literal sob nenhuma circunstância, e a aceitação do reino não o faria
ser. Ele foi alguém que poderia ter cumprido a profecia porque essa é
interpretada pelo Senhor como cumprida, não no Elias literal, mas em alguém que
viria no espírito e no poder de Elias. Se o Elias literal precisasse aparecer,
Cristo não teria feito uma oferta genuína do reino, visto que o Elias literal
tinha de vir e João não poderia cumprir essa exigência. Mas se alguém que
viesse no espírito e no poder de Elias cumprisse as exigências, então uma
oferta genuína do reino poderia ser feita. Com base nas palavras do Senhor,
conclui-se que Elias não precisa aparecer pessoalmente, embora alguém venha
para cumprir esse ministério (Mt 17.12).
C. ALGUÉM VIRÁ NO ESPÍRITO E NO PODER DE ELIAS.
A terceira teoria é que as
profecias não foram cumpridas em João e aguardam cumprimento futuro; mas, já
que Elias não precisa cumpri-las pessoalmente, alguém virá em seu espírito e
poder para cumprir o que está previsto (Ml 4.5,6; Mt 17.10,11). Sobre essa
questão English escreve:
... após a transfiguração, os discípulos perguntaram ao Senhor
sobre a Sua vinda em poder e glória: "Por que dizem, pois, os escribas ser
necessário que Elias venha primeiro?". A isso nosso Senhor respondeu:
"De fato, Elias virá e restaurará todas as cousas" (Mt 17.10,11). Se
não houvesse nenhuma outra referência com relação à vinda de Elias, seríamos
obrigados a concluir que ele deve ser uma das testemunhas de Apocalipse 11.
Mas vejamos. Algum tempo antes da transfiguração, João Batista, que estava na
prisão, enviou dois discípulos para perguntar ao Senhor Jesus se Ele era o
Messias ou se eles deveriam esperar outro. Nosso Senhor enviou uma mensagem de
volta para João chamando a atenção para Seu ministério miraculoso como
testemunho suficiente de que Ele era Aquele que os profetas haviam previsto.
Ele contou, então, às multidões sobre a grandeza de João, e que Batista era
realmente o Mensageiro de quem
Malaquias falara (Ml 3.1). Por fim, o Senhor acrescentou:
"Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se o quereis
reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir" (Mt 11.13,14). O que
Ele quer dizer? Ele estava dizendo o seguinte: que, se Israel estivesse pronto
e disposto a recebê-lo naquela época, Ele teria estabelecido o reino que lhes
oferecera, e, nesse caso, o ministério de João seria o cumprimento do Elias
profético. Parece, então, que a profecia de Malaquias se refere a alguém vindo no
espírito e no poder de Elias (como Lc 1.17), e que ele não precisa ser o
próprio Elias, literalmente. Nosso Senhor nos deu outra mostra disso na conversa
com Seus discípulos, à qual já nos referimos, que aconteceu após a
transfiguração, pois, quando Ele assegurou que Elias deveria vir, acrescentou:
"Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o
reconheceram", e nós lemos: "Então, os discípulos entenderam que lhes
falara a respeito de João Batista" (Mt 17.12,13). Parece que a Palavra de
Deus mostra claramente que aquele que vem será um Elias virtual e não literal.
(English, op. cit., p. 666)
Quanto
ao problema das duas testemunhas, English conclui:
... se João
Batista poderia ter sido Elias, se Israel se tivesse disposto a recebê-lo
(Mateus 11.13,14), então os que testemunharão naquele dia futuro, vindos no
espírito e no poder de Elias, podem certamente cumprir as profecias de
Malaquias e de nosso Senhor (Ml 4.5; Mt 17.10,11). (Ibid., p. 670)
Visto
que João não poderia ter cumprido as profecias porque Israel rejeitou o reino
oferecido, não parece possível afirmar que a profecia de Malaquias 4.5,6 tenha
sido cumprida. O fato de que João poderia ter cumprido a profecia, apesar de
não ser Elias pessoalmente, parece mostrar que Elias não precisa vir
pessoalmente para cumprir as profecias. Durante o período anterior ao segundo
advento e antes do derramamento dos julgamentos na terra, haverá o ministério
de alguém caracterizado pelo espírito e pelo poder de Elias, que cumprirá essa
profecia.
Referencias: J. Dwight Pentecost - Manual de Escatologia
Joá Caitano - Os Mistérios do Apocalipse
Referencias: J. Dwight Pentecost - Manual de Escatologia
Joá Caitano - Os Mistérios do Apocalipse
3 comentários:
Eu sempre achei,que a forma mais prática e satisfatória para responder uma pergunta é : PRIMEIRO RESPONDER A PERGUNTA JÁ LOGO EM SEGUIDA. E EM SEGUIDA APRESENTAR OS ARGUMENTOS DO "PORQUE". Por exemplo: Foi feita aqui a pergunta: "QUEM SÃO AS DUAS TESTEMUNHAS DESCRITAS NO APOCALIPSE ?" Imediatamente aquele que responde deveria dizer: AS DUAS TESTEMUNHAS SÃO (...).Depois então apresentar as provas bíblicas . Mas não. Ve-se uma enrolação, um discurso imenso citando as varias interpretações existentes, e a dúvida continua. Pra que isso? Sejam objetivos. É isto o que esperam os amantes da verdade como eu. Obrigado.
Acredito que uma delas seja João o apóstolo basta ler apocalipse 10 o mistério que os trovões falou a ele a João versículo 4 até o 11 dar toda resposta se ainda não acredita basta ler João 21 vers 21 também! é João que escreveu apocaliose e João sabe do segredo acho que ele é uma delas,pq ele sabe do mistério que os trovões falou, outra coisa ele não profetizou as nações reis e povos e porque será que depois q ele comeu o livro foi dito isso? E João cap 21 e versículo 21 uma delas pode ser João meu ponto de vista
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