Jesus Cristo, o Servo de Deus, é Senhor sobre qualquer situação
e conquistador de qualquer inimigo. Se crermos nele e seguimos suas ordens, não
precisamos ter medo. A vitória é o
tema principal desta longa seção. Marcos registra quatro milagres realizados
por Jesus: VITÓRIA SOBRE O PERIGO (Me 4:35-41), VITÓRIA SOBRE DEMÔNIOS (Me 5:1-20), VITÓRIA SOBRE A
ENFERMIDADE (Me 5:21-34) VITÓRIA SOBRE A MORTE (Me 5:35-43), e cada um deles anuncia até mesmo
para nós hoje, a derrota do inimigo.
- A TEMPESTADE QUE SOBREVEIO NO MAR DA GALILÉIA
1.
A expressão "Naquele dia" refere-se ao
dia em que Jesus proferiu as "parábolas do reino". Sem dúvida, Jesus
sabia que a tempestade estava a caminho e, por certo, poderia tê-Ia impedido.
No entanto, permitiu que a tempestade viesse a fim de ensinar algumas lições a
seus discípulos. Quando Jesus terminou de contar as
"parábolas do reino" (Mt 13:1-52), é possível que os discípulos
tenham se sentido verdadeiros alunos pós-graduados da Escola da Fé!
Compreendiam mistérios obscuros aos escribas e rabinos e até aos profetas do
Antigo Testamento. O que não perceberam (e como somos parecidos com eles!) é
que antes de se tornar confiável, a fé deve ser testada. Uma coisa é aprender uma nova verdade espiritual, outra bem
diferente é colocá-Ia em prática na vida diária.Satanás não se importa muito
com o fato de aprendermos verdades bíblicas, desde que não vivamos de acordo
com elas. A verdade que permanece na mente é apenas acadêmica e não chegará ao
coração se não for praticada pela volição. "[Fazer], de coração, a vontade
de Deus" - é isso o que Deus quer de seus filhos (Ef 6:6). Satanás sabe
que a verdade acadêmica não é perigosa e que o grande perigo encontra-se na
verdade ativa. E agora lhes
dá uma prova prática para ver quanto aprenderam. Afinal, ouvir a Palavra de
Deus deve produzir fé (Rm 10:1 7), e a fé sempre deve ser testada. Não basta aprender uma lição ou ser
capaz de repetir um ensinamento. Devemos também ser capazes de praticar essa
lição pela fé, e esse é
um dos motivos pelos quais Deus permite situações difíceis em nossa vida. Jesus
sabia que uma tempestade se aproximava? Com certeza, pois fazia parte da
programação de "aulas" daquele dia. Essa experiência ajudaria os
discípulos a entender uma lição que nem sabiam que precisavam aprender: é possível confiar em Jesus durante as
tempestades da vida. Muita gente acredita que as tempestades só aparecem
quando desobedecemos a Deus, mas nem sempre é o caso
2.
Jesus
de tarde possivelmente depois das seis horas segundo nos informa o texto grego οψιος ele
entra no barco com seus discípulos este deve ter sido um barco de
pesca, porque muito dos discípulos de Jesus eram pescadores. Joséfo relatou que
normalmente havia mais de 300 barcos de pesca no mar da Galiléia.
3.
O
mar da Galiléia é um lugar incomum. É relativamente pequeno aproximadamente 21
km de comprimento por 11 km de largura, mas tem cerca de 50 metros de
profundidade fica a 225 metros abaixo do nível do mar mediterrâneo. O local
goza de clima semi-tropical, e o ar quente ali produzido, ao chocar-se com o ar
frio, proveniente dos montes próximos, com freqüência provoca tempestade
violentas e súbitas formando-se violentas ondas chegando até seis metros e meio
de altura, o que é comprovado nos evangelhos.
4. Em Mateus
somos informados que as ondas encobriam o barco, em marcos o barco estava sendo
rapidamente cheio de águas
5.
O grego nos
informa a magnitude da tempestade que sobreveio naquele dia
a)
Mateus
usa o termo grego seismoV - grande abalo
embora seja comum o fato de tempestade se levantar no mar da Galiléia quase sem
avisar esta tempestade não é comum. As ondas são tão altas que o barco é
escondido da visão.
b)
Marcos utiliza o termo grego: Λαιλαψ, furacão, vento tempestuos, ataque violento de vento, rajada de vento
(com chuva ou neve), não uma simples rajada de vento nem uma brisa constante,
mesmo que forte, mas uma tempestade com nuvens escuras que trazem trovoadas em
vento furioso, com chuva em abundância, e lançando tudo em desordem
- CONDIÇÕES DO DISCÍPULO (CINCO ATITUDES QUE INVALIDA NOSSO MILAGRE)
1. Medo
“... Por
que temeis... Vss 26”
a)
Porque sois assim tão tímidos?
...? É notável que Jesus primeiro tenha
censurado aos discípulos, e só depois ao mar, grego deiloi,
covarde, medroso, tímido. O evangelista fala do temor covarde, que levou os
discípulos a entrarem em pânico sob a pressão, o que mostra que ainda não
tinham aprendido o suficiente sobre o grande Jesus. Eram temerosos e infiéis. A
fé é a outorga da própria alma a Cristo, e não mera crença em um credo
ortodoxo. O autor sagrado dá a entender que se tivessem exercido fé apropriada,
desenvolvida pelas experiências e observações passadas, não teriam temido
naquela ocasião, apesar da ferocidade da prova. Os discípulos viviam com Jesus,
mas não o conheciam completamente. Não entendia que o poder dele podia intervir
naquela situação. Jesus tem estado com seu povo há vinte séculos, e nós ainda
subestimamos o poder que o Senhor tem para administrar as crises em nossa vida.
2. Pouca
fé “... homens
de pouca fé... Vss 26”
a. oligopistoi;
os de pequena fé.
Esta palavra ocorre cinco vezes em Mateus e seis vezes no NT inteiro; Jesus a
usa para repreender e corrigir os discípulos. Pouca fé revela ignorância, é
ineficaz e cria grande perigo. Este sintoma de pequena fé revela uma doença
espiritual que presume e age como se Deus não se importasse ou fosse ineficaz
de dar sustento, a pessoa se comporta como se Deus não tivesse presente e
atento
b. Homens
de pequena Fe? Jesus se surpreendeu ante aqueles homens que não demonstraram a
mesma Fe em Deus que ele tinha, e mediante a qual vivia
3. Murmúrio
(acusaram Jesus de não se preocupar).
“... Mestre, não se te dá que pereçamos? Mc 4. 38”
a.
Os discípulos tornaram-se ateus ou Deistas temporais, e não teistas; supunha que o mestre e eles
seriam repentinamente destruídos. Correram para Jesus com um clamor de
acusação: < Como podes dormir assim, deixando-nos perecer?>
b.
Os discípulos entraram em pânico
porque a tempestade ameaçava destruir a todos, enquanto Jesus parecia
despreocupado e indiferente.
c.
O cristo que parece não se importar,
na realidade é quem cuida supremamente do destino humano. O NT inteiro foi
descrito para demonstrar esse fato
4. Desespero. “... Mestre,
Mestre, perecemos... Lc 8. 24”
Havia pelo menos três bons motivos para que nenhum
deles se sentisse perturbado, apesar de a situação parecer tão ameaçadora.
Ø Em primeiro lugar, tinham a promessa de Jesus de que chegariam ao outro
lado (Mc 4:35). Sempre que o Senhor ordena que se faça algo, também capacita a
obedecer, e nada impede que cumpra seus planos. Não prometeu uma viagem fácil,
mas sim que chegariam à outra
margem. . Essa palavra deveria ter animado e fortalecido os discípulos durante
a tempestade, mas sua fé ainda era pequena (Mt 8:26).
Ø Em segundo lugar, Jesus estava com eles em pessoa, então por que ter
medo? Já haviam visto seu poder demonstrado em vários milagres, de modo que
deveriam confiar plenamente que Jesus seria capaz de lidar com aquela situação.
Por algum motivo, os discípulos ainda não haviam entendido que Jesus era, de
fato, o Senhor de todas as situações.
Ø Por fim, podiam ver que, mesmo em meio à tormenta, Jesus estava
absolutamente tranqüilo. Esse fato, por si mesmo, deveria tê-Ios encorajado.
Jesus fazia a vontade do Pai e sabia que Deus estava cuidando dele, então
aproveitou para dormir
5.
Visão debilitada (Não viam solução
para o problema)
a. Haviam visto Jesus
ensinar a Palavra e até mesmo realizar milagres, ainda assim, não tinham fé.
Esse medo decorrente da incredulidade levou-os a questionar se Jesus, de fato,
se importava. Os discípulos olharam ao redor e viram o perigo;
olharam para dentro de si e viram o medo; mas não olharam para o alto pela fé,
portanto, não viram Deus. A fé e o medo não podem coabitar no mesmo coração.
Uma mulher disse a D. L. Moody: "Encontrei uma promessa
maravilhosa!", e citou o Salmo 56:3: "Em me vindo o temor, hei de
confiar em ti". "Permita-me dar-lhe uma promessa ainda melhor",
disse Moody, e citou Isaías 12:2: "Eis que Deus é a minha salvação, confiarei e não temerei". Devemos ter cuidado com o "perverso coração de
incredulidade" (Hb 3:12).
- CONDIÇÕES DE JESUS (EM CONTRASTE COM OS DISCÍPULOS JESUS CONFIAVA INTEIRAMENTE NO PAI.)
1.
Ele estava cansado (prova de sua
humanidade).
a.
Jesus dormia. Estava afadigado do
trabalho do dia. Era um ser humano. Algumas vezes nos esquecemos disso, criando
um Jesus docético, isto é, um Cristo
divino que só parecia humano, mas não tinha quaisquer características humanas.
A importância central da humanidade de Cristo é que assim como ele participou
perfeitamente de nossa natureza, assim também, no plano de redenção,
participaremos da natureza dele.
2.
Caiu no sono (sinal de confiança).
a. Jesus
dormia = o próprio Jesus dormia a fim de destacar o fato que, em meio à tão
grande tufão, Jesus ficou tão calmo que nem acordou
b.
Travesseiro... Não é travesseiro de
um leito, mas talvez o alcochoado de couro do piloto, ou o banco baixo posto a
popa, onde o piloto ocasionalmente se assentava, e que fazia parte da própria
embarcação
c.
Os
discípulos ficaram amedrontados, mas Jesus não se abalou! Continuou
dormindo, certo de que o Pai estava no controle (Si 89:8, 9). Jesus dormiu na tempestade porque sentia-se, verdadeiramente, seguro na
vontade de Deus. "Em paz me deito e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me
fazes repousar seguro" (Si 4:8).
3.
Jesus reprovou a atitude de seus
discípulos.
a. Mas o Senhor não se ateve a acalmar os elementos naturais,
pois o maior perigo não era o vento nem as ondas, mas sim a incredulidade do
coração dos discípulos. Na verdade, sua incredulidade era mais perigosa
que a tempestade! Os maiores problemas humanos encontram-se
dentro de cada um, não nas circunstâncias ao redor. Isso explica por que Jesus
os repreendeu ternamente e os chamou de "homens de pequena fé
4.
Jesus repreendeu o vento e o mar.
a. O termo "repreender" é usado nas ocasiões em que Jesus
confrontou demônios (Lc 4:35, 41; 9:42). É
possível que Satanás estivesse por trás dessa forte
tempestade, tentando destruir Jesus ou, pelo menos, impedi- Ia de chegar ao
homem endemoninhado em Gadara. Os discípulos foram reprovados nesse teste, pois
não se apegaram à palavra
de Jesus
b. A palavra
dita por Jesus produziu calmaria instantânea. Sua voz ainda pode ser ouvida por
aqueles que escutam. Nenhuma força, até hoje, pode perturbar ou causar
destruição , quando a alma da ouvidos à sua voz, e lhe obedece. Em sua voz esta
a intervenção na vida humana e todos nós precisamos muito dessa intervenção
c. potapoV; que tipo de pessoa é essa que a natureza lhe
obedece ele é Jesus o filho de Deus. Esta resposta talvez feita subliminarmente
é ecoada e validada pelas palavras da legião somente sete versículos adiante
“Que tenho eu contigo, Jesus , filho do Deus altíssimo?”(Mc 5.7). Ele é o
senhor Deus que tudo controla isso fica claro através do termo grego kurie; Senhor, os leitores de Mateus, lendo o
evangelho depois da ressurreição de Jesus, sabiam que este titulo significava
mais que “Senhor” respeitoso. O antigo testamento afirma que o mar obedece ao
Senhor Deus (Jó 38. 8-11; Sl 65. 7; 89. 8,9; SL29).
Nenhum comentário:
Postar um comentário