texto: "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra."(2Tm 3.16,17)
Antes do surgimento dos equipamentos gráficos os livros eram
escritos a mão, em forma de rolos, em materiais como o papiro ou pergaminho.
A forma de escrita mais disseminada da antiguidade era com o uso
do “papiro” chamado pelos gregos de “biblos”. A bíblia menciona o papiro
diversas vezes: Ex 2.3; Jó 8.11; Is 18.2 e em alguns lugares a bíblia menciona
junco, no lugar de papiro. A palavra papel também é derivada de papiro. O
papiro era uma planta q crescia junto aos rios e o centro da indústria do papiro
era o Egito. A entrecasca e desta planta, depois de beneficiada, formava rolos
de grande extensão permitindo a escrita.
Ao rolo pequeno de papiro, os gregos chamavam “biblion” e ao
plural destes, “biblos” e a um conjunto destes era chamado de “Bíblia” ou
livro.
Como o papiro foi um dos principais materiais usados para escrever
os manuscritos bíblicos, e a palavra “Bíblia” significa“livros pequenos” ou “coleção
de livros pequenos” as escrituras sagradas receberam então o nome de “Bíblia”. Não
encontramos o vocábulo “Bíblia” no texto das sagradas escrituras, pois o mesmo
foi primeiramente aplicado por João Crisóstomo, grande reformador de
Constantinopla, entre os anos
398-404 (d.C.) De fato, a Bíblia é uma coleção de livros formando
todos, um volume, não muito grande como tão bem conhecemos, porem, harmoniosos
entre si. É devido a isso que a palavra Bíblia sendo plural no grego passou
a ser singular nas línguas modernas. Podemos
encontrar também os vocábulos “bíblia e biblion” no
Novo Testamento grego, mas não referente à própria Bíblia.
Bíblia: Jo 2125; IITm.4:13; AP.20:12; Dn.4:2 (hb) Biblion:
Lc.4:17; Jo 20:30.
Outro material usado para escrever os manuscritos bíblicos foi o
pergaminho, nome relacionado com Pérgamo, cidade que ficou famosa pela
fabricação de pergaminhos, cuja matéria-prima era de peles de animais, sendo
material bem mais durável e resistente que o papiro para a escrita (2 Tm 4.13).
Enquanto o uso do papiro data do ano 3.000 a.C., O p
O pergaminho é um material de uso mais
recente, aplicado a partir do Novo Testamento.
A impressão
Nos
primórdios a escrita era toda feita a mão, a imprensa foi inventada no final da
Idade Média. O primeiro livro impresso foi a Bíblia, em 1452, em alemão. A
partir de então, a difusão dos ensinos bíblicos tornou-se mais rápida e
eficiente. Hoje a Bíblia é divulgada de diversas formas, inclusive por meio de
gravação (áudio), vídeos, programas de computador, Internet e outros meios. A
Bíblia é conhecida também por outros nomes como: Escrituras (Mt 21.42);
Sagradas Escrituras (Rm 1.2); Livro do Senhor
(Is
34.16); A Palavra de Deus (Mc 7.13; Hb 4.12); Os oráculos de Deus (Rm 3.2).
Embora a
palavra bíblia significa “Livros, a bíblia distingue o livro supremo e incomparável. Ela sobrepuja
todos os outros livros em autoridade, antiguidade, literatura e popularidade; todavia,
a sua supremacia peculiar é vista no fato de ela revelar a verdade a respeito
de Deus infinito, de sua infinita santidade, do infinito pecado do homem e de
sua redenção infinita. É, portanto, razoável concluir que a bíblia em si mesma
é infinita, e como tal prova sê-lo, pois
nenhuma mente humana compreendeu plenamente
a sua mensagem ou mediu os seus valores. A expressão grega pasa grafe theótpneustos(Toda escritura é divinamente inspirada por
Deus- 2 Tm 3. 16) é a alegação que a Bíblia
faz de si mesma e este oráculo ou máxima não é mais sujeito a duvida que pneuma ho
theos ( Deus é espírito-
Jo 4. 24), o theos ágape estin (Deus é
amor- 1Jo 4.8), ou o theos fos estin (Deus é
luz- 1Jo 1. 5).
É afirmado
aqui que a bíblia alega para si mesmo
que nos pergaminhos originais cada sentença, palavra, linha, marca, ponto, ou
titulo foi colocado ali em harmonia completa com o propósito e vontade divina. O
texto original não era somente divino com relação a sua origem, mas
infinitamente perfeito com relação à sua forma. Ele é chamado Escrituras
sagradas por causa de sua eminência (Jo 5. 39; 7. 42; 2Tm 3.15).
RIVAIS
DAS ESCRITURAS
Historicamente,
a Igreja Cristã tem reconhecido a autoridade das Escrituras nas questões de fé
e prática. Isto não quer dizer que não tem havido, e não continua a haver,
rivais quanto à reivindicação de plena autoridade feita pela Bíblia. Esses
rivais tendem a subordinar, ou qualificar, a autoridade das Escrituras, ou
mesmo igualar-se a ela. O primeiro rival foi a tradição oral. Lado a lado com a
Palavra escrita, circulavam amplamente histórias e ensinos religiosos. A
transmissão oral, todavia, independentemente de qual seja o tópico, acha-se
sujeita à alteração, ao desenvolvimento, às mudanças e à distorção. As
Escrituras forneciam um padrão, um ponto de referência, para a palavra oral.
Por isso, estando a tradição oral de acordo com as Escrituras, reflete a
autoridade delas; quando, porém, se desvia da Palavra escrita, a sua
autoridade desaparece.
O
segundo rival, quanto à autoridade religiosa, é a Igreja. Os católicos romanos
sustentam essa autoridade por ter sido a Igreja divinamente estabelecida por
Cristo; e por já proclamar o Evangelho antes de este haver sido registrado por
escrito. Os católicos romanos alegam, também, que a Igreja foi a instituição
que produziu as Escrituras do Novo Testamento e que, em certo sentido,
estabeleceu o
cânon das Escrituras. Na prática, a Igreja Católica
coloca-se acima das Escrituras. Embora originalmente sustentasse a supremacia
das Escrituras, já nos tempos da Reforma, a Santa Sé tinha exaltado suas
tradições até ao nível das Escrituras. De modo ainda mais significante, a Igreja Católica
insistia poderem os ensinos da Bíblia ser mediados, corretamente, através da
hierarquia eclesiástica. De modo sutil, a Igreja Romana havia usurpado a
autoridade das Escrituras, atribuindo-a aos seus próprios ensinos internos.
Como conseqüência, o lema dos reformadores protestantes passou a ser Sola
Scriptura (Somente a Escritura). A Bíblia, outorgada por
Deus, fala com a autoridade de Deus, diretamente ao indivíduo. "Não
precisa de Papas nem de
Concílios para informar-nos o seu real sentido, como se
falassem em nome de Deus; a Bíblia pode até mesmo desafiar os pronunciamentos
de Papas e Concílios, condená-los como ímpios e falsos, e exigir
que os fiéis se apartem deles". 60
Os credos, as confissões e outros
padrões esclesiásticos de doutrina, às vezes chegam, consciente ou
inconscientemente, a rivalizar com a autoridade das Escrituras. No decurso da
história, igrejas e líderes têm se pronunciado (e com razão) a respeito de
questões importantes da vida e da doutrina cristãs. Pessoas piedosas,
grandemente usadas por Deus, têm labutado para definir padrões de doutrina e
comportamento cristãos, visando
refletir a atitude e a vontade de Deus. Repetidas vezes, houve apelo a esses
documentos na busca de orientação autorizada. Mas sem dúvida, os escritores
seriam os primeiros a reconhecer serem as obras falíveis e passíveis de
revisão, embora se reconheça facilmente a erudição bíblica relevante por detrás
desses importantes escritos. Além disso, todos os grandes credos da Igreja
reconhecem a plena autoridade da Escritura. Os esforços piedosos merecem a
nossa estima. Deus os tem usado para a sua glória. Devem, contudo, ser
conservados dentro do seu relacionamento apropriado com as Escrituras.
Permitir que se rivalizem com a autoridade bíblica destruirá seu próprio valor
normativo, e rebaixará a Palavra de Deus que tanto desejam honrar. O
reconhecimento da autoridade incomparável das Escrituras estabelece o valor dos
credos e confissões.
A autoridade da Escritura também
tem sido desafiada por aquilo que alguns estimam como a autoridade do encontro
pessoal que o indivíduo tem com Deus.
Isto é: o
encontro supremo entre a pessoa e o Verbo Vivo, e não com a Palavra Escrita. Os
que sustentam tal opinião dizem que a Bíblia pode ser usada para ajudar a levar
a efeito semelhante encontro; a Bíblia, porém, "não tem autoridade por si
só mas, sim, em virtude do Deus de quem dá testemunho e fala nas suas
páginas".61 Os teólogos existencialistas acreditam que,
mediante um encontro com Deus, "a Bíblia deve tornar-se repetidas vezes a sua Palavra para nós".62
É verdade que a autoridade do cristão é mais do que
papel e tinta, mas "a revelação proposicional de Deus não pode ser
distinguida da auto-revelação divina".63 Nenhum encontro
autoritativo com Deus supera a autoridade de sua Palavra escrita. Doutra forma:
a "experiência de Deus" dos místicos hindus, ou de quem usa drogas
psicotrópicas, poderia reivindicar igual autoridade. A validez de nosso
encontro com Deus é determinada pela autoridade das Escrituras que o revelam.
Todas as experiências pessoais devem ser averiguadas e avaliadas pelas
Escrituras.
Até mesmo o Espírito Santo tem
sido considerado por alguns como um rival da autoridade bíblica. O Dr. Martyn
Lloyd-Jones entende que o pentecostalismo e o catolicismo romano ficam em
extremos opostos nas áreas tais como a estrutura e a hierarquia, mas são muito
semelhantes na ênfase que dão à autoridade. O catolicismo enfatiza a
autoridade da Igreja, ao passo que alguns pentecostais parecem realçar a
autoridade do Espírito acima da autoridade da Palavra.64 Erickson cita uma pesquisa de opinião pública
feita pela Gallup, em
1979, que revelou que não eram poucas as pessoas que, entre 18 e
29 anos
de idade, haviam escolhido o Espírito Santo, ao invés da Bíblia, como sua
autoridade religiosa principal.65 Alguns enaltecem uma
"impressão direta" do Espírito Santo, ou uma manifestação
do Espírito, tal como a profecia, acima da Palavra escrita.66 O
Espírito Santo é aquele que inspirou a Palavra e que lhe concede autoridade.
Ele nada falará contrário àquilo que a Palavra inspirada declara, e nada além
disso.
As reivindicações quanto à
autoridade religiosa são engrossadas pelas fileiras das religiões e seitas. Deve-se crer em Jesus mais do que em Sun Myung Moon? O
Corão tem autoridade igual à da Bíblia? Uma palavra profética, hoje, tem a
mesma autoridade das Escrituras? Essas e outras perguntas fazem com que seja
essencial considerarmos as evidências da autoridade bíblica. Virtualmente
todas as religiões têm suas escrituras sagradas. Embora muitas delas contenham
ensinamentos morais dignos, o Cristianismo tem sustentado historicamente ser a
Bíblia a única e exclusiva Palavra de Deus.
A INERRÂNCIA BÍBLICA
Uma mudança notável da
terminologia que resultou dos debates na área da inspiração das Escrituras foi
a preferência pelo termo "inerrância" ao invés de
"infalibilidade". Isso tem a ver com a insistência de alguns no
sentido de que podemos ter uma mensagem infalível com um texto bíblico errante.
"Infalibilidade" e "inerrância"
são termos empregados para se aludir à veracidade das Escrituras. A Bíblia não
falha; não erra; é a verdade em tudo quanto afirma (Mt 5.17,18; Jo 10.35). Embora tais termos nem sempre
hajam sido empregados, os teólogos católicos, os reformadores protestantes, os
evangélicos da atualidade (e, portanto, os pentecostais
"clássicos"), têm afirmado ser a Bíblia inteiramente a verdade;
nenhuma falsidade ou mentira lhe pode ser atribuída. 99 Clemente de
Roma, Clemente de Alexandria, Gregório Nazianso, Justino, o Mártir, Irineu,
Tertuliano, Origenes, Ambrósio, Jerônimo, Agostinho, Martinho Lutero, João
Calvino, e um número incontável de outros gigantes da história da Igreja,
reconhecem que a Bíblia foi, de fato, inspirada por Deus, e que é inteiramente
a verdade. Preste atenção à afirmação enfática de alguns destes notáveis:
Agostinho: "Creio com toda a firmeza
que os autores sagrados estavam totalmente isentos de erros". 100
Martinho Lutero: "As Escrituras nunca
erram".101
"... onde as Sagradas Escrituras estabelecem algo que deve
ser crido, ali não devemos
desviar-nos de suas palavras".102
João Calvino: "O registro seguro e
infalível". "A regra certa e inerrante". "A Palavra
infalível de Deus". "Isenta de toda mancha ou defeito". 103
Provavelmente, os dois acontecimentos mais significativos
no tocante à doutrina da infalibilidade e da inerrância foram a declaração
sobre as Escrituras na Aliança de Lausanne (1974) e a Declaração de Chicago (1978) do Concílio Internacional da
Inerrância Bíblica. A declaração de Lausanne oferece (segundo alguns)
flexibilidade em demasia ao afirmar que a Bíblia é inerrante em tudo quanto
afirma". (Isto é: pode haver coisas que não foram
"afirmadas" na Bíblia.) Como resposta, a Declaração de Chicago afirmou: "A Escritura na
sua inteireza é inerrante, e está livre de toda a falsidade, fraude ou logro.
Negamos que a infalibilidade e inerrância da Bíblia limitam-se aos temas espirituais, religiosos ou redentores, excluindo-se as asseverações nos campos da história e das
ciências". 104
A Declaração de Chicago foi adotada por uma convenção de quase trezentos estudiosos
no seu esforço para esclarecer e fortalecer a posição evangélica a respeito da
doutrina da inerrância. Consiste em
dezenove Artigos de Afirmação e de Negação, e tem uma prolongada exposição final,
que se propõe a descrever e explicar a inerrância de tal modo que não deixa
nenhuma possibilidade de existir nenhum tipo de erro em qualquer parte da
Bíblia.
Embora seja possível questionar
se a inerrância é ensinada de modo dedutível nas Escrituras, conclui-se que o exame indutivo das Escrituras foi ensinado
por Jesus e pelos escritores bíblicos. Deve ficar claro, porém, que a
autoridade da Bíblia depende da veracidade da inspiração, e não da É doutrina
de inerrância. Esta é uma inferência natural que segue a inspiração e é
"tirada dos ensinos bíblicos, e tem o pleno, poio da atitude do próprio
Jesus".105 Alguns têm sugerido que abrir mão da doutrina da
inerrância é o primeiro passo para se abrir mão da autoridade da Bíblia.
A inerrância reconhece
contradições, ou inconsistências, no texto, não como erros propriamente ditos,
mas como dificuldades que poderão ser resolvidas ao serem conhecidos todos os
seus dados relevantes. A possibilidade de se harmonizar trechos aparentemente
contraditórios vem sendo demonstrada
frequentemente pelos estudiosos evangélicos que têm dedicado tempo e
paciência, revendo dificuldades textuais à luz das novas descobertas
históricas, arqueológicas e linguísticas. (Devemos, no entanto, evitar
harmonizações forçadas ou altamente especulativas).
A doutrina da inerrância é
derivada mais da própria natureza da Bíblia do que de um mero exame dos seus fenômenos. "Se alguém crê que a Escritura é a Palavra de
Deus, não pode deixar de crer que seja ela inerrante".106 Deus
"soprou" as palavras que foram escritas, e Deus não pode mentir. A
Escritura não falha porque Deus não pode mentir. Consequentemente, a inerrância é a qualidade que
se espera da Escritura inspirada. O crítico que insiste em haver erros na
Bíblia (em algumas passagens difíceis) parece ter outorgado para si mesmo a
infalibilidade que negou às Escrituras. Um padrão passível de erros não oferece
nenhuma medida segura da verdade e do erro. O resultado de negar a inerrância
é a perda de uma Bíblia fidedigna. Se for admitida a existência de algum erro
nas Sagradas Escrituras, estaremos alijando a veracidade divina, fazendo a
certeza desaparecer.
Referencias : teologia
sistematica de lewis sperry volume 1 e 2; Stanley Horton - Teologia Sistemática; Curso básico de Teologia Moisés
Carneiro