domingo, 29 de abril de 2012

MISSÕES NA BIBLIA


 
A Bíblia, então, é essencialmente um livro missionário, visto que sua inspiração deriva de um Deus missionário. O termo missionário vem do latim, que, por sua vez, traduz a palavra grega apóstolos, a qual significa o enviado. Jesus usou este termo para destacar o relacionamento entre Deus Pai, Deus Filho e seus discípulos, quando disse: "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio" (Jo 20.21). O próprio caráter de nosso Senhor é missionário. Portanto, não é de surpreender que sua Palavra também manifeste esta característica. É à luz desta revelação de Deus que a igreja enfrenta o maior desafio do cristianismo — a tarefa missionária inacabada, cujo âmago é a evangelização.

É na bíblia que encontramos os registros das primeiras missões. Além disso, mostra-nos como implantar igrejas locais, estratégias de evangelização, as possíveis atividades de um missionário no campo, o papel da igreja missionária e os problemas enfrentados no campo missionário.  As escrituras nos apresenta  o fundamento , o norte , e as estratégias missionárias. Vejamos um pouco de como missões esta presente na bíblia:

A CRIAÇÃO DO MUNDO
Que Gênesis l. l é, obviamente, a base necessária da grande comissão dada nos evangelhos. De fato, ele tinha razão. O versículo tão conhecido diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra".
Destaca-se aí a amplitude da preocupação de Deus e, por conseguinte, o palco de missões. Nada menos que o mundo inteiro pertence à esfera do interesse de Deus. Antes de ser o Deus de Israel, ele é o Deus do universo. Antes de ser o Deus da igreja, é o Senhor de tudo. (Mesmo o título usado no Antigo Testamento, Adonai, tem o sentido de "Senhor de tudo" ou "Senhor absoluto", em vez de Adonî, forma esta que significa "meu Senhor", representando, por exemplo, um deus particular de um indivíduo ou de uma nação.)
"Pois Deus amou o mundo de tal maneira..." (Jo 3.16). O escopo de Deus é o mundo criado. Nele, a mira de Deus está fixada. Se o alvo da mira de Deus é o universo, certamente, a partir do NT, a espingarda carregada é a igreja, assim como foi Israel no AT.
Portanto, quando Jesus disse a seus discípulos que fossem a todas as nações, a toda criatura e a toda parte do mundo, ele se baseava no fato de que o mundo todo pertence, por direito, a Deus, por ser sua criação.

A CRIAÇÃO DO SER HUMANO


"Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que rasteja pela terra" (Gn 1.27-28).

Confirmamos que o objeto do domínio dado à humanidade é o mundo inteiro. Tanto os céus quanto a terra mais uma vez são mencionados na passagem. Entretanto, a esta altura, já há outra dimensão relacionada às missões, isto é, o papel do homem. Sua tarefa será dominar e sujeitar o mundo que Deus criou. Assim, ele recebe uma certa realeza delegada por Deus. Assim como Deus domina, governa e reina como Rei, o homem, sendo seu embaixador e enviado, também deve reinar como um rei sobre a criação de Deus Somente uma restauração, uma recriação e um renascimento dos homens e das mulheres, por meio da redenção conseguida na cruz do Calvário, podem recapacitar o homem a participar do reino de Deus e a anunciar a todas as nações a chegada deste glorioso reino.

A RESPONSABILIDADE
MISSIONÁRIA DE ISRAEL
Entretanto, pode-se pensar que, se Deus tem, desde o início, uma preocupação universal, por que o Antigo Testamento dá tanta ênfase somente a uma nação — Israel?
Vejamos os capítulos 3-12 de Gênesis. A partir de Adão, o relacionamento entre Deus e o homem piorou. Neste trecho das Escrituras lemos a respeito de queda e rebelião. Por fim, Deus diz: "Chega! Vou acabar com toda a raça humana e começar tudo de novo com uma só família". Deus efetivamente fez isto, destruindo a humanidade toda com exceção da família de Noé.
Ora, são fascinantes as palavras de Deus a Noé e seus filhos, depois do dilúvio: "Sede fecundos, multi­plicai-vos e enchei a terra" (Gn 9.1). O mandamento de Deus para Adão continua o mesmo para Noé e sua família. Eles deveriam ser os novos embaixadores-missionários de Deus por todo o mundo. Somente um dos filhos de Noé, Sem, seria o antecedente dos povos semitas, como Israel, por exemplo. Todos os filhos, porém, representavam toda a humanidade de novo.
Infelizmente a história continuou inalterada. Mais uma vez houve rebelião e tudo piorou e se agravou até a construção da torre de Babel:

"Ora em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar. Sucedeu que, partindo eles do oriente, deram com uma planície na terra de Sinear; e habitaram ali. E disseram uns aos outros: Vinde, façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os tijolos serviram-lhes de pedra, e o betume, de argamassa. Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade, e uma torre cujo topo chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra" (Gn 11.1-4).

A torre de Babel foi construída para ser um símbolo de unidade, um lugar onde as pessoas pudessem se reunir. Buscava-se segurança com essa união, tendo em vista os perigos desconhecidos da terra despovoada. Eles disseram: "Não queremos nos espalhar por toda a terra. Não vamos obedecer ao primeiro mandamento de Deus e espalhar seu domínio por todo o mundo".
Mas Deus os forçou a isto, confundindo-lhes as línguas, exigindo, assim, a separação entre povos e nações.
Até este ponto do relato de Gênesis, vemos como Deus quis usar a humanidade, a fim de promover a ordem e seu domínio. Observamos que o foco manteve-se universal.
A partir do capítulo 12, contudo, e até o final do Antigo Testamento, a ênfase recai na história não universal, mas particular do povo de Israel. Esta nação seria o instrumento de Deus para atingir seu alvo, que continuaria a ser o mundo todo.

NO PERÍODO DOS PATRIARCAS

Quando Deus chamou Abraão, concentrou-se em um só homem, por meio de quem constituiria uma família e, depois, uma nação, cuja influência atingiria todos os povos do mundo: "Em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.3).
Abraão tornou-se um grande missionário. Deus o chamou, e ele respondeu com fé. Deixou sua vida anterior e iniciou sua peregrinação. Foi chamado pai da fé.
Este chamado de Abraão repetiu-se para seus descendentes: "... a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra" (Gn 22.17-18). Esta "descendência" refere-se a três entidades. Em primeiro lugar, ao povo de Israel. A missão de Abraão passou também a seus descendentes, pois o chamado à missão repetiu-se tanto para Isaque (Gn 26.2-4) quanto para Jacó (Gn 28.13-14) e José (Gn 49.22).
Em segundo lugar, a descendência refere-se a Jesus. Todas as bênçãos de Deus nos vêm por meio de Jesus Cristo (Ef 1.3), tanto que Abraão era apenas um tipo de Cristo, apontando para frente, junto com os profetas e reis, para o Messias, através de quem Deus cumpriu cabalmente as promessas feitas a seus tipos.
Em terceiro lugar, assim como o chamado passou para os descendentes de Abraão, também passou para os "descendentes" de Jesus, aqueles que renascem em Cristo, os verdadeiros e atuais descendentes de Abraão (Gl 3.29). Os cristãos são chamados para serem missionários-embaixadores.

NA HISTÓRIA DE ISRAEL

Na história de Israel, a atuação de Deus para com seu povo visava a um propósito maior — alcançar as nações.
"Porque o Senhor vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho, ao qual secou perante nós, até que passamos. Para que todos os povos da terra conheçam que a mão do Senhor é forte: a fim de que temais ao Senhor vosso Deus todos os dias" (Js 4.23-24).

Os milagres de Deus não objetivavam algo para Israel, mas eram uma forma de conduzir as nações à salvação. (Observe-se que "temer", para o hebreu, significava a aliança que tinha quanto à sua fé, assim como, hoje em dia, o termo popularmente usado é "religião".)
Davi compreendeu este propósito maior de Deus, quando se confrontou com Golias:

"Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão; ferir-te-ei, tirar-te-ei a cabeça, e os cadáveres do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves dos céus e às bestas-feras da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel" (l Sm 17.45-46).

Esta consciência missionária de Davi chegou a marcar significativamente seus salmos:


"Aclamai a Deus, toda a terra... prostra-se toda a terra perante ti... os seus olhos vigiam as noções... bendizei, ó povos, o nosso Deus" (66.1, 4, 7, 8).
"E todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam... nele sejam abençoados todos os homens, e as nações lhe chamem bem-aventurado" (72.11, 17).
"Todas as nações que fizeste virão, prostrar-se-ão diante de ti, senhor, e glorificarão o teu     nome" (86.9).
"Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas" (96.3).
"O Senhor fez notória a sua salvação; manifestou a sua justiça perante os olhos das nações... celebrai com júbilo ao Senhor, todos os confins da terra" (98.2, 4).
"Louvai ao Senhor vós todos os gentios, louvai-o todos os povos" (117.1).

Esta visão missionária também foi evidenciada pelo filho de Davi, Salomão, quando dedicou o templo a Deus, orando:

"... ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, e faze tudo o que o estrangeiro te pedir, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, para te temerem como o teu povo Israel, e para saberem que esta casa, que eu edifiquei, é chamada pelo teu nome" (l Rs 8.43; ver também Is 56.6-8).

A PERSPECTIVA DE MISSÕES NO MINISTÉRIO DE JESUS
No Novo Testamento, essa preocupação universal de Deus intensifica-se a partir do ministério de Jesus. O Evangelho Segundo Lucas, mais que todos os outros, enfatiza o significado universal da vinda de Jesus. Dos quatro evangelhos, apenas Mateus e Lucas traçam a ascendência de Jesus através de sua genealogia. Mateus começa a partir de Abraão a fim de destacar aos leitores judeus e aos gentios, inquisidores da fé judaica, que Jesus, sendo filho de Abraão, é o Rei prometido de Israel. Lucas, entretanto, começa a genealogia de Jesus a partir de Adão, destacando-o como filho do pai de toda a humanidade. Assim, Jesus identifica-se com o plano mestre e universal de Deus na história da criação, ou seja, ter domínio sobre todas as coisas e não somente sobre Israel. Em Lucas vemos Cristo como o missionário de Deus, enquanto em Mateus ele é visto mais como o Messias prometido de Israel.
Lucas enfatiza o significado do ministério de Jesus, tanto em termos geográficos quanto em termos sociais e culturais.

MISSÕES NO MINISTÉRIO DO ESPÍRITO POR MEIO DA IGREJA

Não podemos subestimar a necessidade do poder do Espírito Santo na realização da grande comissão. Harry Boer, em seu livro Pentecost and Missions ("Pentecoste e Missões"), argumenta bíblica e irrefutavelmente que a vinda do Espírito Santo — a experiência do Pentecoste — dá vida e sentido à grande comissão, tanto que esta, sem o Pentecoste, não teria poder algum nem poderia ser cumprida.


O ESPÍRITO SANTO COMO AUTOR E
REALIZADOR DE MISSÕES

A igreja, então, necessita do poder de Deus para cumprir sua missão, pois "nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Ef 6.12). Portanto, o pré-requisito para o cumprimento da tarefa missionária é o poder do Espírito Santo (At 1.8).. Com a vinda do Espírito, a igreja compreendeu as palavras de Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai" (Jo 14.12). No discurso que contém esse versículo, o Espírito Santo é central (Jo 14.16), e os discípulos devem esperá-lo, tendo já recebido a grande comissão. O Espírito, portanto, é o autor de missões, pois a obra parte de sua capacitação.
Ele não é apenas o autor, mas também o realizador de missões. Com sua vinda sobre os primeiros discípulos houve o sinal sobrenatural de "línguas", que indicava claramente que o evangelho deveria ser pregado a todas as raças e nações.

O ESPÍRITO COMO PROMOTOR DE MISSÕES

O Espírito Santo está por trás de todos os acon­tecimentos em Atos. Ele é quem atuava quando:

·      a igreja se iniciou com 3.000 e depois 5.000 convertidos (2.41, 4.4);
·      Pedro e os outros discípulos testemunharam ousadamente frente à perseguição (3.11-26);
·      os primeiros seguidores venceram o egoísmo e deram liberalmente à obra do Senhor (4.32-37);
·      morreu o primeiro mártir, mostrando vitória gloriosa sobre a perseguição e vingança (6.8-7.60);
·      o evangelho da salvação alcançou o primeiro lar gentio (11.12);
·      a mensagem de perdão espalhou-se pela Etiópia e África (8.27-29);
·      as igrejas na Judéia, Galiléia e Samaria vieram a se estabelecer firmemente (9.31);
·      a maravilhosa igreja missionária de Antioquia começou a prosperar em preparação para seu envio de missionários (l 1.22-26);
·      o amor mútuo das primeiras comunidades cris­tãs manifestou-se através da coleta incentivada pela profecia de Ágabo (l1.28-29);
·      a igreja de Antioquia lançou seu programa missionário (13.2);
·      Paulo venceu seu primeiro inimigo, Elimas, em Chipre (13.9);
·      os apóstolos alegraram-se na perseguição em Antioquia da Pisídia (13.50-52);
·      os apóstolos reconheceram a obra entre os gentios e pronunciaram liberdade da lei para os cristãos gentios (15.28);
·      Paulo foi impedido de continuar na Ásia, sendo dirigido à Europa; um marco missionário significante (16.6-10);
·      os líderes foram escolhidos para tomar conta da igreja local em Éfeso (20.28).


O ESPÍRITO COMO PODER PARA MISSÕES

Há uma diferença entre alguém ser cheio do Espírito Santo e o Espírito ser derramado sobre as pessoas. O primeiro caso refere-se mais à qualidade, ao caráter espiritual de alguém e ao poder para servir. O segundo refere-se mais à introdução decisiva de uma nova era ou do início de um novo movimento ou expansão.
O Espírito Santo foi derramado apenas quatro vezes em Atos. Cada uma das conquistas na expansão missionária foi acompanhada por sinais milagrosos. A primeira vez foi a vinda do Espírito no Pentecoste (2.1-13); a segunda, quando o evangelho alcançou a Samaria, a primeira cidade não judia (8.14-17); a terceira, quando Pedro pregou à primeira família gentia, a de Cornélio, em Cesaréia (10.44-45) e, finalmente, a quarta, quando Paulo conseguiu demonstrar a diferença entre o evangelho de Jesus e a pregação de João Batista (l9. l-6). Todas as vezes o próprio Espírito Santo marcou, milagrosamente, a introdução de uma nova fase na tarefa missionária a nós confiada.

O ESPÍRITO SANTO COMO ESTRATEGISTA DE MISSÕES

Em Atos l.8 encontramos uma estratégia geral que, de fato, corresponde ao desdobramento da expansão missionária da igreja. Isto é, começa em Jerusalém, o lar dos primeiros discípulos; penetra a Judéia, lugar árido e difícil para a evangelização, embora geografïcamente próximo a Jerusalém; encontra o primeiro desafio cultural em Samaria, em preparação final para os confins da terra. Desta maneira, aprendemos que a expansão missionária e geográfica é cada vez mais abrangente, tendo uma penetração cada vez maior.
Em Atos, encontramos também uma estratégia ur­bana. As cidades chaves devem ser alcançadas. Felipe foi dirigido à Samaria, Pedro a Cesaréia e Paulo às cidades chaves do Oriente Próximo e Europa. Diante da marcante urbanização mundial (população urbana em 1900 = 14%; 40% em 1980 e 50% no ano 2000) e brasileira (31% em 1940; 68% em 1980, e a ONU prevê que até o ano 2025 entre 80% e 90% da população latino-americana será urbana!), a tarefa missionária não pode ser ingênua. Na década de 80, aproximadamente um bilhão de pessoas migraram para os centros metro­politanos do Terceiro Mundo. Cidades como Bogotá, São Paulo e a Cidade do México têm um aumento diário de 4.000 a 6.000 habitantes. No Brasil, a migração para os centros urbanos, especialmente os do litoral, é bem destacada desde o período colonial.
Outra estratégia envolve pessoas e classes chaves. Quando Paulo foi a Chipre, tratou com o procônsul do país. Em Atenas (outro centro metropolitano), tratou com os filósofos, e alguns se converteram, entre os quais um certo Dionísio (At 17.18, 34). Em Éfeso, trabalhou entre os estudiosos, na escola de Tirano, durante dois anos. Resultado? Todos os habitantes da Ásia ouviram a pa­lavra do Senhor, tanto judeus como gregos (At 19.10). Que relatório! Outro exemplo é o de Felipe, que, ao falar com o eunuco da Etiópia, dirigia-se a um líder do país, sendo este o primeiro passo do evangelho naquela nação.
Em Atos, notamos uma preocupação constante de fundar igrejas em áreas ainda não atingidas. Paulo até fez disso uma regra pessoal (Rm 15.20). Entretanto, atualmente, a metade da população mundial está na Ásia, onde, embora apenas 5% professem a fé cristã, somente 5% da força missionária mundial ministra. Vendo a situação por outro angulo, teremos 99% da força missionária mundial ministrando entre os 42% da população mundial, onde já existem igrejas cristãs que podem alcançar os não cristãos. O outro 1% da força missionária trabalha entre os 58% da população mundial, onde os não cristãos só podem ser alcançados por meio do ministério transcultural. Quanto precisamos hoje da conscientização paulina de ministrar onde Cristo ainda não foi pregado!
Urge um novo chamado a um despertamento para dependência total do Espírito Santo, sem medo da ma­neira como seremos entendidos e vistos. Urge a busca diligente da plenitude do Espírito de Deus em nossa vida pessoal, igrejas, agências e juntas missionárias. Então haverá um verdadeiro despertamento missionário!

PAULO E MISSÕES
Ao mesmo tempo, representando o melhor da liderança, o agente missionário entende seu papel não como superior, mas como servo. Paulo, em sua missão entre os gentios, considera-se ministro (leitourgos) ou servo (v. 16) que, à semelhança dos sacerdotes, apre­senta uma oferta no altar de Deus. Neste caso, a oferta é a obediência dos gentios a Deus (v. 18).
O melhor líder possui uma atitude de servo e entende seu serviço missionário como culto e sacrifício prestados a Deus.

O OBJETIVO MISSIONÁRIO: A OBEDIÊNCIA

Paulo descreve o objetivo de seu trabalho mis­sionário com a expressão "conduzir os gentios à obediência" (v. 18). Isto é muito mais do que uma decisão inicial de "aceitar a Cristo". Inclui o discipulado da igreja até o ponto de obediência por fé (16.26).
Alguns fazem separação entre "conversão" e "discipulado", sendo o primeiro elemento tarefa de "missões" e o segundo, da "edificação da igreja". Paulo não fazia tal distinção. Seu objetivo não era levar as pessoas a uma decisão inicial, mas conduzí-las à obediência. Não é este também o objetivo da grande comissão, em Mateus 28.18-20?

OS INSTRUMENTOS DO TRABALHO MISSIONÁRIO:
DECLARAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO

Como Paulo realizou seu trabalho missionário? No final do v. 18, ele diz literalmente: "... por palavra e por obras". É evidente que Paulo não estabelecia prioridade entre a proclamação do evangelho e sua demonstração por obras. As duas coisas faziam parte integral e inseparável de sua maneira de testemunhar.

O OBJETO MISSIONÁRIO: AS NAÇÕES

Tanto "gentios" quanto "nações" traduzem uma única palavra grega, ethnos. A ideia de ethnos está muito mais próxima da ideia de povos ou grupos étnicos do que países. O objeto com o qual as missões lidam são as diversas etnias. Paulo teve ideia semelhante, e isto se percebe pelo fato de ele ter atuado dentro dos limites de um só governo, o Império Romano, enquanto fazia distinção entre os povos deste império.
Por isso se fala muito em missões transculturais, em vez de missões estrangeiras, pois as missões não lidam com nações como países, mas como etnias.


O APOIO MISSIONÁRIO: A IGREJA LOCAL

Ao escrever esta carta, Paulo está cultivando um relacionamento com a igreja de Roma (fundada por outrem) com o objetivo de torná-la sua segunda base missionária para a evangelização da região entre a capital do império e a Espanha (15.23-24).
A igreja de Antioquia já fora sua primeira base para a evangelização da região entre Jerusalém e o Ilírico (v. 19), e agora Paulo quer ligação semelhante com a igreja de Roma. É importante ressaltar este ponto, pois, hoje, há muitas organizações missionárias que não procuram uma ligação com as igrejas locais.

A VOLTA DE JESUS E
A URGÊNCIA MISSIONÁRIA

Grande parte dos ensinos de Jesus trata do reino de Deus. O assunto marcou o ministério de Jesus do início (Mc l. 15) ao fim (At l .3). As parábolas, sua maneira popular de ensinar, focalizam tanto o assunto que, frequentemente, são chamadas de "parábolas do reino". De fato, nos evangelhos há mais de 70 referências de Jesus ao reino.
O ensino de Jesus sobre o reino também tem a ver com missões, pois foi justamente este assunto que ele abordou com os discípulos no período entre a ressurreição e a ascensão, preparando-os para o Pentecoste e a explosiva expansão missionária da Igreja.
O reino de Deus possui dois aspectos temporais. Por um lado, já está presente, pois o próprio ministério de Jesus, em sua primeira vinda, o inaugurou (Lc 11.20; Mt 12.28). Por outro lado, seu cumprimento ainda não se deu, porque aguarda a volta de Jesus (Mt 13.40-41). Os dois lados são importantes.

O ESCOPO DO REINO É UNIVERSAL

Jesus confirma a perspectiva missionária universal do Antigo Testamento. Ensina que, no último dia, muita gente virá do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e tomará lugar à mesa no reino de Deus (Lc 13.29). As bênçãos do reino de Deus são para todos os povos do mundo. É muito preciosa esta descrição do reino como uma festa. Mas, antes de sua realização, um convite deve ser enviado às nações, a fim de que os convidados venham à festa. Este é o trabalho de "missões".

 Referencias: -1992 C. Timothy Carriker1ª edição: -1992Reimpressão: 1999- MISSÕES NA BIBLIA
                      ECLESIOLOGIA/MISSIOLOGIA-IBADEP-EDIÇÃO 2011























Minhas Postagens

... A BÍBLIA É O FENÔMENO EXPLICÁVEL APENAS DE UM MODO – ELA É A PALAVRA DE DEUS...

... A BÍBLIA É O FENÔMENO EXPLICÁVEL APENAS DE UM MODO – ELA É A PALAVRA DE DEUS...
O fato de que Deus nos deu a Bíblia é evidencia e exemplo de seu amor por nos, nos ensinando a manter um relacionamento correto com Deus, mas como podemos ter evidencias de que a Bíblia é mesmo a palavra infalível de Deus e não simplesmente um bom livro? O que é único na Bíblia que a separa dos demais livros escritos até hoje? A Bíblia é a verdadeira Palavra de Deus, divinamente inspirada, e totalmente suficiente para todas as questões de fé e prática. Não pode haver duvidas sobre a veracidade bíblica. Ela não é um livro que um homem escreveria se pudesse, ou que poderia escrever se quisesse.

QUE TEMPO CURTO!

QUE  TEMPO CURTO!
Se for ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b). Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola Dominical ser surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Muitos são os professores e alunos que vivem se queixando do pouco tempo reservado para o estudo em classe. Alguns professores chegam dizer, frustrados, que a aula terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu conteúdo. A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há planejamento da aula, não importa o tempo a ela reservado, tudo sairá atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando algo. Quando existe planejamento, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo, mas o planejamento. O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em consideração vários fatores.

Alguém precisa fazer algo!

Alguém precisa fazer algo!
JANELA 10/40 é uma faixa da terra que se estende do Oeste da África, passa pelo Oriente Médio e vai até a Ásia. A partir da linha do equador, subindo forma um retângulo entre os graus 10 e 40. A esse retângulo denomina-se JANELA 10/40.Calcula-se que até hoje menos da metade da população mundial com as suas etnias e línguas tenham sido confrontadas com o evangelho. A outra parte, com sua maioria absoluta na Janela 10/40, representa uma grande multidão de cerca de 3,2 bilhões de pessoas que ainda são objetos dos empreendimentos missionários do povo de Deus.

DICAS PARA UMA LEITURA PROVEITOSA.

DICAS PARA UMA LEITURA PROVEITOSA.
. Então, aí vai dez dicas para ler sem esquecer, a primeira vista, muitas podem parecer óbvias. Mas não as subestime. Não é sempre que a gente enxerga o óbvio. 1- Não leia cansado nem ansioso. Se for o caso, faça exercícios de respiração antes de começar a leitura. O estresse é o inimigo número um da concentração e, em consequência, da memorização. 2- Tenha vontade de aprender o que será lido. 3- Se não tiver vontade de antemão, procure criar interesse pelo assunto. A curiosidade é a mola da humanidade. 4- Sublinhe as palavras mais importantes e as frases que expressem melhor a idéia central. 5- Analise as informações e crie relação entre elas, seja nas linhas de cima ou com tudo o que você aprendeu na vida, trazendo-as para o seu mundo. A associação de idéias é fundamental. 6- Leve sempre em conta coisas como: 1- Grau de dificuldade do texto (ler um gibi não é o mesmo que ler sobre filosofia). 2- Objetivo (Só querer agradar alguém, e mais nada, não é o melhor caminho para gravar uma informação. 3- Necessidade (querer ler é bem diferente de depender disso). 7- Faça perguntas ao texto e busque respostas nele. 8- Repita sempre, desde ler de novo até contar para laguém o que você leu. 9- Faça uma síntese mental. Organizar bem as idéias já é meio caminho andado. 10- A memória prefere imagens a palavras ou sons. Por isso, tente criar uma história com aquilo que está lendo, com cenas coloridas e movimentadas. Sammy Pulver comentou muito bem a sensação de quem descobriu e está experimentando os prazeres de uma boa leitura: Na vida nos ensinam a amar, a sorrir, a andar, a lutar, mas quando abrimos um livro, descobrimos que também podemos voar.