"E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos se seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade; e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença , e a sua perdição não dormita" (2 Pe 2.1-3).
Existem 11 religiões no mundo, incluindo o Cristianismo. São
elas: Hinduísmo, Jainismo, Budismo, Siquismo (originárias
da índia), Confucionismo, Taoísmo (China), Xintoísmo (Japão), Judaísmo
(Palestina), Zoroastrismo (Pérsia –
atual Irã) e Islamismo (Arábia). Cada uma delas, na sua
maioria, está dividida em outros ramos principais, no caso do Cristianismo,
seus ramos principais são: Catolicismo Romano, Catolicismo ortodoxo e o Protestantismo. As seitas discordam do ensino básico e
comum defendidos por ramos principais. Havia dentro do próprio judaísmo grupos
religiosos distintos e até antagônicos, como os fariseus e saduceus.
PRINCIPAIS SEITAS DOS DIAS DE JESUS
O Novo Testamento usa a palavra grega hairesis para identificar
esses grupos religiosos. O apóstolo Paulo disse: "... conforme a mais
severa seita da nossa religião, vivi fariseu" (At 26.5). Essa mesma
palavra é usada para identificar os saduceus: "E, levantando-se o sumo sacerdote e todos os que
estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja" (At 5.17). Veja que o judaísmo,
que era a religião de Saulo antes de sua conversão, conforme Gálatas 1.13,14, congregava em seu bojo esses
grupos religiosos, que o próprio Novo Testamento chama de seita.
Três grupos religiosos surgiram dentro do judaísmo no
período interbíblico, nos dias de João Hircano II, da família dos Macabeus, por volta da metade do séc. II,
a.C. Foram eles os fariseus, os saduceus e os essênios, cada um desses grupos com suas características
sociais, religiosas e políticas.
Os fariseus
Os fariseus, do hebraico
prushim, que significa "separados",
porque não concordavam com os saduceus. Defendiam a separação do Estado da religião e achavam que o
estado devia ser regido pela
Torá, a lei de Moisés. Eram provenientes principalmente da classe
média urbana, mas havia alguns camponeses. Representavam o povo, e apesar de
serem minoria na sociedade pré-cristã, exerciam fortes influências na
comunidade judaica. Eram membros do sinédrio e tornaram-se
inimigos implacáveis de Jesus.
Os evangelhos
estão repletos de provas do comportamento negativo dos fariseus e de suas
hipocrisias. Jesus os censurou severamente em Mateus 23. Eles se caracterizaram de maneira
marcante pela hipocrisia. A palavra
fariseu tornou-se sinônima de hipócrita e fingido, até os dias de hoje.
Os saduceus
O saduceus
surgiram juntamente com os fariseus e eram provenientes da aristocracia do
templo. Sua ideologia se opunha a dos fariseus. O nome vem do hebraico, tsedukim, de Zadoque,
família que detinha o cargo de sumo sacerdote desde a época de Salomão: "... e a Zadoque, o sacerdote, pôs o
rei em lugar de Abiatar" (1 Rs
2.35). Defendiam a política expansionista dos Macabeus e a união da religião com o
Estado, queriam que o sumo sacerdote governasse a nação.
Alegavam
aceitar apenas os cinco livros de Moisés, rejeitando os demais livros do Antigo
Testamento. Aceitavam o Pentateuco com certa reserva, pois não acreditavam em
anjos, espíritos e nem na ressurreição: "...
os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os
fariseus reconhecem uma e outra coisa" (At 23.8).
Por isso Jesus fez questão de mostrar que é o Pentateuco que mostra ser o
Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó, o Deus de vivos e não de
mortos, em Lucas 20.37,38. Por que Jesus
não citou outras partes das Escrituras que falam da ressurreição dos mortos?
Para tomar mais evidente a contradição das crenças dos saduceus.
Muitos deles
eram sacerdotes, conforme já vimos em Atos 5.17,
e eles exerciam fortes influências no sinédrio. Eram inimi- migos mortais de Jesus. Uniram-se aos fariseus, superando todos
os obstáculos ideológicos, para somar as forças e assim poderem matar a Jesus.
Os essênios
Os essênios não aparecem no Novo Testamento, pois viviam no
deserto. Eram chamados os issiim,
que em hebraico significa "os que curam". O nome se justifica porque
possuíam realmente um conhecimento muito avançado da medicina. Tornaram-se conhecidos
em todo o mundo, em nossos dias, por causa das grandes descobertas dos
manuscritos do mar Morto. Eles diziam que a política hasmoneana (família dos
Macabeus) terminaria trazendo a destruição do país, e com ela a vinda do
Messias.
Eles se retiraram para o deserto ao invés formar uma facção
político-religiosa. Formaram comunidades à beira do mar Morto. Não reconheciam
a autoridade do sumo sacerdote e nem o culto do templo de Jerusalém.
Trabalhavam, meditavam e esperavam a vinda do Messias. Sua disciplina era
rígida, tinham hábitos de higiene muito rigorosos, uma moral muito forte e
levavam uma vida simples. E o que descobriram arqueólogos israelenses. São
citados pelo historiador Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, editado pela CPAD.
Não é verdade que João Batista e o Senhor Jesus tivessem
sido essênios. Não há prova e nem evidência disso. Eruditos judeus, católicos e
protestantes, depois de 40 anos de investigações, traduções e decifrações desses manuscritos, todos unanimemente
afirmam não haver encontrado algo que vincule de maneira concreta os essênios
aos cristãos. Isso está num livro secular, intitulado Para se Compreender os Manuscritos
do Mar Morto, uma coletânea de ensaios,
publicados por eruditos durante 40
anos, que trabalharam diretamente
nesses manuscritos. Trata-se, portanto, de
textos de primeira mão, publicados por autoridades mundialmente reconhecidas.
Depois surgiu o
quarto grupo, os herodianos, nos dias de Herodes, o grande (47 - 4 a.C.). Não eram uma seita
religiosa, mas os apoiadores da dinastia de Herodes, na tentativa de impedir
um governo direto de Roma. Foram
instituídos com interesses nacionalistas e eram a favor dos impostos. O
discurso de Jesus também os incomodava. Formaram conselho com os fariseus com o
propósito de matar a Jesus e assim se verem livres dEle: "E, tendo saído
os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando
ver como o matariam" (Mc 3.6). Estavam associados aos fariseus na questão do tributo. Veja Mateus 22.16 e Marcos 12.13.
O QUE SIGNIFICA UMA SEITA?
O historiador
Flávio Josefo e muitos outros escritores antigos usaram a palavra hairesis com o
sentido de "escola" de pensamento, "doutrina" ou
"religião", sem conotação pejorativa. O verbo grego haireo, de onde vem
o substantivo em foco, significa "escolher". Na literatura clássica
tem o sentido de escolha filosófica ou política. Mas no Novo Testamento essa
palavra tem também o sentido de "divisão, dissensão", pois lemos:
"E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros
se manifestem entre vós" (1 Co 11.19). A Versão
Almeida Atualizada traduziu por
"partido", a NVI, por "divergências", a Tradução
Brasileira, por "facção". A mesma palavra aparece em Gálatas 5.20 e é traduzida por
"dissensão".
Essa palavra foi usada indevidamente para identificar os
cristãos do séc. I, ainda na época dos apóstolos, quando o apóstolo Paulo foi
chamado de "... o principal defensor da seita dos nazarenos" (At
24.5). Porém, mais adiante o apóstolo rebate, dizendo: "Mas confesso-te
que, conforme aquele Caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos
pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas" (At
24.14). Ele não admitiu ser o Cristianismo uma seita, mas que assim era chamado
por aqueles que estão do lado de fora, e que não conhecem a verdadeira
natureza do Cristianismo.
Convém também salientar que a palavra grega para "heresias",
no Novo Testamento, é a mesma para "seita",
hairesis. O termo "herege",
que aparece em Tito 3.10, hairetikos, é
adjetivo que vem do referido substantivo grego. O sentido de erro doutrinário,
como "heresia", no campo teológico que nós conhecemos hoje, aparece
pela primeira vez em 2 Pedro 2.1: "... que introduzirão encobertamente
heresias de perdição, e negarão o Senhor, que os resgatou, trazendo sobre si
mesmos repentina perdição". É nessa acepção que estamos refutando essas
heresias.
Atualmente a palavra "seita" é usada para designar
as religiões heterodoxas ou espúrias. É uma palavra já desgastada, trazendo
em si, muitas vezes, um tom pejorativo. São grupos que surgiram de uma
religião principal e seguem as normas de seus líderes ou fundadores e cujos
ensinos divergem da Bíblia nos seus principais pontos da fé cristã. São uma
ameaça ao cristianismo histórico e um problema para as igrejas. Estão bem
aparelhadas para combater a fé cristã. Apresentam-se, muitas delas, com uma estrutura
organizacional de fazer inveja a qualquer empresa multinacional,
como os mórmons, as Testemunhas de Jeová, a Igreja da Unificação do Reverendo
Moon e outras.
As heresias afetam os pontos principais da doutrina
cristã, no que diz respeito a Deus: Trindade, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito
Santo; ao homem: natureza, pecado, salvação, origem e destino; aos anjos, à
igreja e às Escrituras Sagradas. O mais grave erro é quando diz respeito à
Divindade. Errar em outros pontos da fé cristã pode até não afetar a salvação, mas a doutrina de
Deus é inviolável. Negar "o Senhor" é trazer sobre si repentina
perdição.
Os novos
movimentos internos como a Confissão Positiva e o G- 12 não devem ser classificados como
seitas, pois além de não afetarem os pontos
salientes da fé cristã, seus ensinos e práticas não são necessariamente
heresias, mas aberrações doutrinárias. O efeito destrutivo pode ser pior do que
o dos movimentos externos, pois Satanás se utiliza, muitas vezes, da arrogância
ou da ignorância dos mentores dessas inovações para causar divisões nas
igrejas. Eles estão mais para esoterismo do que para pentecostalismo. Além
disso, estão muito próximos da Nova Era, com suas crenças da deificação do
homem.
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DAS SEITAS?
Qualquer
movimento que discorda dos pontos fundamentais da fé cristã, defendido pelos
três principais ramos do Cristianismo, tais como: autoridade da Bíblia,
Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, pecado, inferno, salvação e o homem é
seita. No caso das religiões não cristãs, que apesar de negarem os valores
cristãos já citados, não são seitas em virtude de sua estrutura, história e
influência na sociedade. São reconhecidas como falsas religiões, com exceção do Judaísmo, que originalmente
veio de tempo por causa da sua rejeição ao Messias. Mas eles têm promessas de
Deus, no contexto histórico-escatológico.
Deus permite
que essas coisas aconteçam para provar a cada um de seuá" servos. É o que
diz a Bíblia: "Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio
de ti e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que
te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e
sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, porquanto
o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, com
todo o vosso coração e com toda a vossa alma". (Dt 13.1-3). Esse texto bíblico, em si, já
explica a existência de todas essas religiões falsas e seitas, ao longo dos
séculos.
O sobrenatural
não é prova de que Deus esteja presente nesse ou naquele grupo religioso. Jesus
disse, em Mateus 24.24, que esses
falsos cristos e falsos profetas operam maravilhas tais, que se possível,
enganariam até os escolhidos. A Bíblia diz ainda que Satanás pode até se
transfigurar em anjo de luz e seus mensageiros em ministros de Justiça, para
atrair as pessoas, como escreveu o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 11.14,15. Quando alguém ou um grupo
aparecer mostrando todas essas maravilhas, e convidar a você para ir "após
outros deuses", ou seja, ensinar uma teologia fora da ortodoxia, você deve
rejeitar. É isso que o texto de Deuteronômio 13.1-3
está ensinando.
O Jesus das seitas
O conceito errôneo sobre a Pessoa de Jesus pode afetar todos os demais pontos essenciais
do Cristianismo ou parte deles. É sobre esse tema que devemos dar prioridade na
vigilância da doutrina. É verdade que
as heresias abrangem todos os aspectos da doutrina cristã, mas nenhuma doutrina
tomou-se tão controvertida e alvo de tantos ataques quanto a doutrina
cristológica. Todos os líderes religiosos que ensinam e defendem uma
cristologia estranha ao Novo Testamento se inserem nesse contexto. O apóstolo
Pedro afirma que negar ao Senhor que os resgatou são "heresias de
perdição". Veja 2 Pedro 2.1; 2 João 7.
O Senhor Jesus disse: "E a vida eterna é esta: que
conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17.3). Isso significa que conhecer
um Jesus estranho ao Novo Testamento, mencionado em 2 Coríntios 11.4, leva o homem a adorar um Deus errado e o fim é
terminar também num céu errado.
Quando
perguntaram a Jesus qual o primeiro de todos os mandamentos, ele respondeu:
"Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas
forças" (Mc 12.29, 30). Essa resposta mostra que a doutrina de Deus é uma
questão de vida ou morte e não uma crença alternativa. Isso implica na
doutrina da Trindade.
As Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus é um deus de
segunda categoria, que o Espírito Santo é uma força ativa e impessoal e que a
Trindade é uma doutrina pagã. Os mórmons pregam a divindade do homem e chama as três
Pessoas da Trindade de três Deuses. Dizem que a divindade de Jesus é igual a de
toda a humanidade, pois ensinam que "Como o homem é, Deus foi; como Deus
é, o homem poderá vir a ser".
A Nova Era prega o panteísmo e a divindade do homem. A Igreja Local de Witness Lee,
apesar de usar com frequência o nome Trindade em suas publicações e defenderem
a deidade de Cristo, negam-na na exposição dela;
é uma crença unicista. Todas as seitas orientais e ocultistas recusam a doutrina bíblica da Trindade.
A Ciência Cristã ensina que Jesus possuía apenas a natureza
humana, sua divindade é meramente uma ideia. Os Meninos de Deus, que a partir
de 1994 adotaram um novo nome "A Família", afirmam que Jesus teve um
início. O Reverendo Moon nega a ressurreição de Jesus e afirma que sua morte foi um
erro lamentável. A Ciência Divina ensina que Cristo é um princípio interior e a
Ciência Religiosa prega que Jesus deve ser distinto de "Cristo". A Teosofia ensina que o Jesus histórico era
meramente humano e os unicistas negam a Trindade e ensinam que o Pai, o Filho e
o Espírito Santo são uma só Pessoa. Todos esses conceitos cristológicos
contrariam o ensino bíblico e estão no contexto petrino de "negarão ao
Senhor que os resgatou", e o fim deles é a perdição.
As seitas rejeitam a autoridade e inspiração das Escrituras.
Há movimentos que admitem crer na Bíblia e segui-la, como as Testemunhas de
Jeová, embora na prática não seja assim. Não reconhecem a autoridade dos
manuscritos gregos, do contrário não usariam o nome "Jeová" 237 vezes
no Novo Testamento da Tradução do Novo Mundo, mesmo reconhecendo que o Tetragrama não aparece uma vez
sequer em nenhum manuscrito ou papiro grego.
Creem cegamente nas publicações da Sociedade Torre de Vigia.
Chegaram a declarar: "Em essência, mostramos que a Sociedade é uma
sociedade inteiramente religiosa; que os membros aceitam como seus princípios
de crença a Santa Bíblia, conforme explicada por Charles T.
Russell". A Bíblia só é aceita com a explicação do fundador do movimento das
Testemunhas de Jeová.
Acreditam que a Bíblia não pode
ser entendida sem a revista A Sentinela e sem a Sociedade Torre de
Vigia: "É todo-importante estudar a Bíblia, e, visto que A Sentinela auxilia a entender a Bíblia, seu estudo é também imperativo." No
parágrafo seguinte continua: "O estudo particular da revista é
essencial... Se tivermos amor a Jeová, e à organização de seu povo, não teremos
suspeitas, mas como diz a Bíblia, 'creremos em todas as coisas', todas as
coisas que
A Sentinela esclarece, uma vez que tem sido
fiel em nos dar conhecimento dos propósitos de Deus e em nos guiar no caminho
da paz, da segurança e da verdade, desde seu início até o dia atual" (Qualificados
para Ser Ministros, p. 144). Nessa declaração A Sentinela é colocada no mesmo nível da Bíblia. Colocar qualquer outro escrito com a
mesma autoridade da Bíblia ou acima dela constitui-se
heresia.
Os mórmons têm
o
Livro de Mórmon, A Pérola de Grande Valor, Doutrina e Convênios e outras obras chamadas de
"obra padrão". Logo na folha de rosto do Livro de Mórmon diz: "Um outro testamento de Jesus Cristo". Se é outro
testamento, podemos, com autoridade da Palavra de Deus, impugná-lo. Não podemos
recebê-lo de acordo com o que ensina o apóstolo Paulo, não devemos receber
outro evangelho além do que está no Novo Testamento, ainda que seja pregado por
um anjo, conforme lemos em Gálatas 1.8,9.
O credo
mormonista coloca o Livro de Mórmon acima da Bíblia quando declara sua crença
na Bíblia "desde que seja fiel a sua tradução e também no Livro de
Mórmon" (Regras de Fé, artigo 8°).
Por que para se crer na Bíblia exigiu restrição, mas no Livro de Mórmon não? James E. Talmage, proeminente líder mórmon do início do séc. XX, responde a essa
pergunta dizendo que "não há e nem pode haver uma tradução absolutamente
fidedigna desta e de outras Escrituras". Essa resposta é uma maneira sutil
de dizer que o mormonismo não crê ser a Bíblia a Palavra de Deus.
Há
seitas que não reconhecem a autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus, como a
Nova Era, os espíritas e suas ramificações, seitas orientais, Hare Krishna e
Seicho-no-iê. Embora às vezes façam citações da Bíblia, quando essas passagens
bíblicas parecem oferecer sustentação a suas crenças.
Além de apresentar um modelo falso de salvação, defendem o exclusivismo, isto é, monopolizam a salvação. As
Testemunhas de Jeová pregam ser impossível fazer a vontade de Deus fora da
Torre de Vigia. Ousam substituir Jesus Cristo pela sua organização. Ensinam que
existe um só caminho para a salvação, mas que este caminho é a Sociedade Torre
de Vigia. A Bíblia diz que o único Caminho para a salvação é Jesus (João 14.6).
Por isso aprenderam que, quem quiser obter a vida eterna precisa pertencer a
organização delas. Esta é uma declaração monstruosa e assombrosa, mas é o
evangelho das Testemunhas de Jeová, completamente estranho ao Novo Testamento.
Outras seitas pregam deter o monopólio da salvação da humanidade.
Os mórmons afirmam que todas as igrejas da terra se apostataram e Jesus
escolheu Joseph Smith Jr. para começar tudo de novo, por isso
creem que somente eles estão com a verdade. Os adventistas chamam a si mesmos de igreja dos remanescentes e as demais
igrejas como apóstatas e comprometidas com a besta. A Igreja Local de Witness
Lee engloba no mesmo bojo demais
igrejas como apóstatas e comprometidas com a besta. A Igreja Local de Witness
Lee, engloba no mesmo bojo protestantes, católicos e judeus e pregam o
exclusivismo, como se a salvação fosse monopólio apenas do seu movimento.
Todas as
heresias e aberrações doutrinárias são provenientes de interpretações errôneas da Bíblia e significados diferentes
às palavras básicas da fé cristã. O sentido correto
de um texto só é possível mediante a aplicação correta da exegese e da hermenêutica. O
exegeta sincero procede conforme certos princípios básicos para uma análise
honesta do texto. Para a interpretação é necessário considerar o sentido
contextual, analógico e histórico.
O vocábulo
"exegese" vem do grego exegesis, duas palavras ek e egeomai, que juntas significam: "extraio, tiro, saco", de sacar, conduzir
para fora. A "exegese" é a ciência da interpretação, é a extração do autêntico sentido da palavra.
É a análise do que a palavra diz, e não do que eu quero que ela diga. As
doutrinas bíblicas são de dentro para fora. Isso se chama exegese. As dos homens, são de fora para dentro, eisegese. Esse último os cristãos ortodoxos rejeitam, mesmo que apareçam travestidas
de roupagens bíblicas.
É muito comum
na língua grega usar a preposição em composição com o verbo. A preposição ex significa
"de, de dentro, de dentro para fora" e a preposição eis, que significa,
"para dentro, para, em". A palavra eisegese consta dos dicionários gregos. O Di- cionário Houaiss da Língua Portuguesa parece ser o primeiro dicionário de nossa língua que
registra a referida palavra.
Uma boa exegese deve seguir as regras de inteipretação. Essas regras valem não somente para as
Escrituras Sagradas, mas também para qualquer literatura. A eisegese é justamente
esse o método de interpretação das seitas.
Os mórmons usam as palavras "Deus, Filho de Deus, salvação"
e outras com significados diferentes daquele que a Bíblia lhe atribui. Para os
muçulmanos, o pecado é simplesmente violação das leis islâmicas; oração é a
regra de orar cinco vezes ao dia. As Testemunhas de Jeová agem como um advogado
que está defendendo seu cliente. Buscam no dicionário o sentido que a palavra
permite para consubstanciar sua defesa no processo que está conduzindo. Por
exemplo, buscam no dicionário grego a palavra
psyche ou o seu equivalente hebraico nephesh, "alma", num dicionário hebraico. De todos os
possíveis significados, eles selecionam apenas o sentido que lhe interessa,
sem avaliar o contexto. Veja o comentário sobre Ezequiel 18.4, nos § 93 e 94 do capítulo 12, além de muitos outros
exemplos.
Outro exemplo pode ser visto no mormonismo, quando seus
líderes usam o texto de 1 Coríntios 15.29 para justificar a doutrina do batismo pelos mortos.
Veja esse comentário nos § 68 e 69 do capítuloll.
Não é possível prever até aonde essas interpretações podem
chegar. Convém apresentar aqui alguns exemplos de uma obra intitulada Jeová Falso Deus?,
que será identificado aqui pelas iniciais
JFD. Esse livro apresenta alguns bons exemplos de eisegese.
A obra traz revelações inusitadas
sobre a natureza e atributos do Deus Jeová.
Trata-se de uma obra que se insurge
contra o monoteísmo judaico- cristão e ultraja a
santidade do Deus adorado por judeus e cristãos. Prega o politeísmo, afirmando
existir vários deuses no céu e na terra. Além disso, chama explicitamente
Jeová de falsa divindade. O livro usa, muitas vezes, o nome "deus"
com "d" minúsculo ao se referir ao Deus que nós servimos,
colocando-o na categoria de divindades falsas. As vezes, transcreve textos
bíblicos de maneira alterada, isso para dar sustentação aos argumentos ali
apresentados.
O livro vai mais além, chama Jeová
de Deus mentiroso, usurpador, igual ao deus falso Moloque, e que não cumpre sua
palavra chegando a associar o Deus Jeová de Israel com o próprio diabo. A
começar pela capa, o livro apresenta o nome "JEOVÁ" com as
respectivas letras vertendo sangue, idêntico aos cartazes de filmes macabros de
terror, vampiros, monstros, etc., associando o nosso Deus ao príncipe das
trevas, dando a ideia de uma divindade sanguinária.
O livro JFD procura mostrar que somos
adoradores de um deus falso. Com isso agride e insulta tanto os protestantes
como os católicos ao afirmar que o Deus Jeová, o Deus de Israel, revelado na
Bíblia é uma divindade falsa, está associado ao diabo. Para fundamentar suas
crenças, veja o que foi feito de algumas passagens bíblicas.
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