sábado, 24 de março de 2012

O que Jesus quis dizer ao afirmar que os homens são "deuses" (Jo 10.34)?


Texto - João 10.34
 Jesus respondeu a um grupo de judeus e disse: "Não está escrito na vossa lei: ‘Eu disse: sois deuses?’ Isso quer dizer então que os seres humanos podem tornar-se Deus, tal como as religiões panteístas e da Nova Era ensinam?

por causa de sua afirmação contida no versículo 30: "Eu e o Pai somos um". Os ouvintes de Jesus entenderam corretamente que o Senhor estava declarando sua divindade, em termos que sugerem a Trindade Santa. Então os judeus concluíram que Jesus havia blasfemado o nome do Senhor; pois, embora fosse apenas um homem (como supunham), ele se fazia igual a Deus (v. 33). A fim de anular a hostilidade e rejeição dos judeus, Jesus citou Salmo 82.6, que diz: "Eu disse: vocês são deuses, todos vocês são filhos do Altíssimo".
Ao citar Salmos 82.6, Jesus apelou para um versículo das Escrituras que atribui o nome ou título de "deus" a certos homens, não a todos, mas somente "... àqueles a quem veio a palavra de Deus..." (Jo 10.35). Acrescentou-se uma dimensão divina às pessoas que haviam sido especialmente escolhida por Deus para serem portadoras da verdade salvadora e administradoras de sua santa lei. No salmo 82, o Senhor dirige-se a juízes escolhidos a fim de que sirvam como seus representantes e cumpram seus mandamentos. É certo, contudo, que alguns deles, solenemente comissionados, exerciam seu ofício injustamente e demonstravam parcialidade para com os ricos comprovadamente errados no seu proceder (v. 2). Em essência, o salmo expressa a condenação de tais juízes ímpios, dizendo, na verdade, "conquanto vocês exibem o 'status' de membros da família de Deus, e embora tenham sido chamados pelo nome, por causa da infidelidade que demonstram no cumprimento de seus deveres sagrados, morrerão como os outros homens morrem, e cairão em desgraça como um dos príncipes do mundo condenado".
Ao usar Salmos 82.6 como argumento a fortiori para afirmar seu "status" único, exclusivo, de Filho de Deus, Jesus traça uma distinção significativa, ou contraste, entre ele próprio e a humanidade redimida, dizendo, em João 10.35, 36: "Se ele clamou 'deuses' àqueles a quem veio a palavra de Deus (e a Escritura não pode ser anulada), que dizer a respeito daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo? Então, por que vocês me acusam de blasfêmia porque eu disse: Sou Filho de Deus?". Em outras palavras, os crentes do at que haviam entrado em um relacionamento de aliança com Deus, com base em suas graciosas promessas, tinham obtido o "status" de membros da família divina. Não era um direito essencial e eterno que haviam possuído por recompensa, por causa de sua virtude e obediência, mas simplesmente um privilégio conferido a eles pela graça de Deus. A filiação daqueles crentes era derivativa, não herdada. (Quanto a outras passagens em que os crentes do at, sob a aliança, são chamados benê ’elohîm, cf. Gênesis 6.2 — verdadeiramente se refere a crentes da linhagem de Sete, em vez de a anjos, como alguns têm sugerido — Deuteronômio 14.1; 32.5; Salmos 73.15 ["teus filhos"]; Oséias 1.10 [Hebreus 2: 1]).
Em João 10.36, Jesus traça uma linha divisória entre os pecadores redimidos, sob a aliança antiga, e ele mesmo, como o que sempre existiu com o Pai na glória — o Filho que foi "santificado" (ou solenemente separado) para a tarefa de Messias e Redentor do povo de Deus. Foi depois de Cristo ter sido santificado dessa maneira no céu que o Pai o enviou à Terra, ao mundo perdido e necessitado de um Salvador. Por todo o evangelho de João, nota-se uma ênfase especial no "status" de Jesus como o enviado de Deus, o Pai (Jo 4.34; 5.23, 24, 30; 6.38-40, 44, 57; 7.16, 18; 8.16, 18; 9.4; 10.36; 11.42; 12.45, 49; 14.24; 15.21; 16.5; 17.3, 18, 21, 23, 25; 20.21). Nesse sentido, Cristo é absolutamente único, pois, embora profetas como João Batista fossem enviados por Deus aos homens (Jo 1.6), oriundos da própria terra, só Cristo foi enviado do Céu (seu lar verdadeiro) à Terra. Nesse sentido, ele é Filho de Deus, em virtude de ser seu "status" divino; os crentes são filhos de Deus apenas pelo gracioso chamado de Deus e pelo seu ato de adoção. Portanto, de modo algum o Senhor deixa implícito aqui que somos filhos de Deus da forma como ele é — exceto que seríamos um pouco menores do que Cristo em santidade e virtude. Jamais! Nenhum mal entendido seria pior do que esse. O Senhor está afirmando aqui que nenhum de seus ouvintes deveria sentir-se chocado pelo fato de Jesus atribuir-se a si mesmo a deidade. Pois, as Escrituras Sagradas não concedem aos judeus certo "status" de divindade também, pela adoção em graça?
É necessário mais uma observação a respeito do emprego ocasional de Elohim, no at, a fim de referir-se a crentes sob a aliança. Parece que atua por analogia das designações nacionais como benê Yiśrāēl ("os filhos de Israel"), benê 'Ammôn ("os filhos de Amom"), benê Yehûdāh ("os filhos de Judá"), benê Bābēl ("os filhos de Babilônia"), etc. Quaisquer dessas tribos ou nações podiam ser mencionadas sem a palavra be("filhos de"), como Yiśrāēl, 'Ammôn, ou Yehûdāh. Por analogia, a combinação benê ’elōhîm podia ser encurtada para um simples elōhîm e nada mais, i.e., um membro dos filhos (ou do povo) de Deus. (Outras passagens classificadas assim, que se referem a governadores e juízes israelitas como representantes de Deus na terra, incluem Êxodo 21.6; 22.7, 8, 27; Salmos 8.5; 82.1; 138.1 [ou "anjos"]. Salmos 82.1b [nasb, nota marg.: "deuses", mas "governadores" no texto] pertencem a esta mesma categoria.)

2 comentários:

Jéssiica disse...

que Deus te abençoe muito e sempre te use o seu dom de pregar a palavra *--*

se der passa lá http://botefee.blogspot.com.br/ :D

Unknown disse...

Muito esclarecedor. Glória a Deus. E parabens.

Minhas Postagens

... A BÍBLIA É O FENÔMENO EXPLICÁVEL APENAS DE UM MODO – ELA É A PALAVRA DE DEUS...

... A BÍBLIA É O FENÔMENO EXPLICÁVEL APENAS DE UM MODO – ELA É A PALAVRA DE DEUS...
O fato de que Deus nos deu a Bíblia é evidencia e exemplo de seu amor por nos, nos ensinando a manter um relacionamento correto com Deus, mas como podemos ter evidencias de que a Bíblia é mesmo a palavra infalível de Deus e não simplesmente um bom livro? O que é único na Bíblia que a separa dos demais livros escritos até hoje? A Bíblia é a verdadeira Palavra de Deus, divinamente inspirada, e totalmente suficiente para todas as questões de fé e prática. Não pode haver duvidas sobre a veracidade bíblica. Ela não é um livro que um homem escreveria se pudesse, ou que poderia escrever se quisesse.

QUE TEMPO CURTO!

QUE  TEMPO CURTO!
Se for ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b). Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola Dominical ser surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Muitos são os professores e alunos que vivem se queixando do pouco tempo reservado para o estudo em classe. Alguns professores chegam dizer, frustrados, que a aula terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu conteúdo. A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há planejamento da aula, não importa o tempo a ela reservado, tudo sairá atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando algo. Quando existe planejamento, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo, mas o planejamento. O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em consideração vários fatores.

Alguém precisa fazer algo!

Alguém precisa fazer algo!
JANELA 10/40 é uma faixa da terra que se estende do Oeste da África, passa pelo Oriente Médio e vai até a Ásia. A partir da linha do equador, subindo forma um retângulo entre os graus 10 e 40. A esse retângulo denomina-se JANELA 10/40.Calcula-se que até hoje menos da metade da população mundial com as suas etnias e línguas tenham sido confrontadas com o evangelho. A outra parte, com sua maioria absoluta na Janela 10/40, representa uma grande multidão de cerca de 3,2 bilhões de pessoas que ainda são objetos dos empreendimentos missionários do povo de Deus.

DICAS PARA UMA LEITURA PROVEITOSA.

DICAS PARA UMA LEITURA PROVEITOSA.
. Então, aí vai dez dicas para ler sem esquecer, a primeira vista, muitas podem parecer óbvias. Mas não as subestime. Não é sempre que a gente enxerga o óbvio. 1- Não leia cansado nem ansioso. Se for o caso, faça exercícios de respiração antes de começar a leitura. O estresse é o inimigo número um da concentração e, em consequência, da memorização. 2- Tenha vontade de aprender o que será lido. 3- Se não tiver vontade de antemão, procure criar interesse pelo assunto. A curiosidade é a mola da humanidade. 4- Sublinhe as palavras mais importantes e as frases que expressem melhor a idéia central. 5- Analise as informações e crie relação entre elas, seja nas linhas de cima ou com tudo o que você aprendeu na vida, trazendo-as para o seu mundo. A associação de idéias é fundamental. 6- Leve sempre em conta coisas como: 1- Grau de dificuldade do texto (ler um gibi não é o mesmo que ler sobre filosofia). 2- Objetivo (Só querer agradar alguém, e mais nada, não é o melhor caminho para gravar uma informação. 3- Necessidade (querer ler é bem diferente de depender disso). 7- Faça perguntas ao texto e busque respostas nele. 8- Repita sempre, desde ler de novo até contar para laguém o que você leu. 9- Faça uma síntese mental. Organizar bem as idéias já é meio caminho andado. 10- A memória prefere imagens a palavras ou sons. Por isso, tente criar uma história com aquilo que está lendo, com cenas coloridas e movimentadas. Sammy Pulver comentou muito bem a sensação de quem descobriu e está experimentando os prazeres de uma boa leitura: Na vida nos ensinam a amar, a sorrir, a andar, a lutar, mas quando abrimos um livro, descobrimos que também podemos voar.